Ghost of Yōtei é poesia escrita com fogo e aço | Review

Assim como o Fantasma, ninguém irá esquecer a Onryō.

Jornadas de vingança me fascinam de uma forma que não sei explicar, não sei se é a fúria que move os personagens ou se a vontade de presenciar  o fim de todo sofrimento que eles carregam. Filmes, livros, histórias em quadrinhos, e claro, os games, cada vez que este tipo de roteiro aparece eu sei que vou gostar, assim foi com o excelente Ghost of Tsushima e foi com o maravilhoso Ghost of Yōtei.

A Sony parece ter uma preferência com este tipo de história em seus jogos, temos muitos títulos onde o personagem passa pelo inferno na Terra e precisa partir para saciar sua sede de uma justiça distorcida.

Ghost of Yōtei traz a história de Atsu em um dos jogos mais belos de 2025, um conto poético e brutal em meio a um Japão deslumbrante.

Presas de Loba

Atsu, nossa nova protagonista dos games tem sua jornada iniciada da melhor forma possível (mesmo em meio aos horrores de sua história.)

Após uma breve introdução sobre o ataque dos Seis de Yōtei, somos também apresentados a história da lenda da Onryō, este personagem do folclore não foi escolhido à toa, pois a Onryō é um espírito vingativo que volta movido por emoções fortes, como a raiva.

Para começar com o nível lá em cima, somos jogados já para enfrentar um dos culpados pela morte da família de Atsu, esta introdução mostra a evolução de um jogo par o outro, a câmera fechada totalmente proposital para que a imersão seja a maior possível.

O começo marcante.

O jogador se sente na pele da protagonista, cada golpe dado traz sensações únicas, cada vitima ceifada eleva a vontade de seguir com a história.

Após acabar com os capangas do Cobra, enfim vamos encarar o chefe, para assim perceber que a mensagem foi clara.

Os Seis de Yōtei significam os maiores desafios do jogo, o que teria que ser entendido desde cedo, mas caso o jogador não aprenda no início, ele vai aprender no futuro.

Pois assim como Ghost of Tsushima, aqui podemos ir para qualquer lugar do mapa e iniciar as missões principais, ignorando o restante das atividades.

O mundo reserva encontros aleatórios que podem render bons momentos.

Entretanto, as atividades extras do mapa não estão ali de bobeira, ao realizarmos as missões extras, vamos evoluir as habilidades de Atsu.

Além das já conhecidas; como o corte de bambu para aumentar o espírito e as fontes termais para aumentar a vida máxima, podemos caçar foras da lei para conseguir boas armaduras e visitar santuários para obter novos golpes.

O caminho da vingança

Das atividades, visitar os mestres de armas talvez seja a mais importante, alguns inimigos usam armas diferentes, para cada arma, existe uma que se sobressai.

Por exemplo, se o adversário usa uma lança, usar uma única katana funciona, porém, as katanas duplas facilitam e muito a luta.

E o jogo não te obriga a deixar Atsu mais forte, mas ele te mostra que seria bom buscar equipamentos melhores.

A lenda da Onryō.

Aqui o jogo brilha de forma magnifica, pois nos lança no mundo lindo que a Sucker Punch fez e com as boas histórias secundárias.

Cada atividade nos apresenta personagens diversos e que possuem carisma suficiente para nos conquistar, o roteiro se encaixa com a saga de Atsu.

Além disso, explorar o mundo serve também para aumentar o tempo de jogo, que pode facilmente passar das sessenta horas para concluir tudo.

Atsu também irá usar diversas ferramentas para subjugar os adversários, como kunais, arcos, bombas etc.

O combate do jogo segue o de Ghost Of Tsushima, porém, ele foi lapidado e muito, os golpes rápidos e destruidores deixam as lutas desafiadoras e divertidas na medida, aqui, mesmo em dificuldades baixas, temos que ter bons reflexos, pois poucos golpes podem acabar com a protagonista.

Durante muitos momentos nos sentimos em um filme.

Cada inimigo possui um jeito de atacar, conforme a arma que ele usa, além disso, os chefes possuem uma agressividade opressora e sequências devastadoras.

Quanto mais Atsu aprende técnicas e ganha novas armas, vamos sentindo a evolução da personagem, deixando de ser uma simples guerreira, para virar uma lenda.

Por onde a Onryō andou…

Os comandos funcionam bem, tanto para lutas, como para escaladas. Porém, podem acontecer pequenos bugs quando forçamos caminhos que claramente não possuem acesso.

O game tem uma direção de arte esplêndida que enche os olhos em cada paisagem que encontramos.

Os cenários cheios de cores lindas, com campos repletos de flores, florestas tingidas por folhas vermelhas, amarelas ou brancas, além disso, os rios, penhascos e cavernas completam o que já é um dos mundos mais impactantes dos jogos.

Ghost of Yōtei
Akira Kurosawa style.

Os detalhes das armas, armaduras também não deixam a desejar, as armas possuem uma boa variedade de golpes e as armaduras são uma mais linda que a outra.

As texturas e a iluminação do jogo trazem ainda mais charme, impossível ignorar a beleza do trabalho feito pela Sucker Punch.

Tecnicamente o jogo beira a perfeição, em nenhum momento o jogo crashou ou teve queda de frame, pelo contrário, rodou em 60fps suaves.

O jogo possui expressões faciais bem trabalhadas, as animações de luta fluidas, além de muito bem feitas.

Ghost of Yōtei
Cada luta é uma dança.

Podemos escolher mais uma vez decidir as coisas com o bom e velho combate direto ou eliminar os inimigos de forma furtiva.

Atsu conta com com amuletos para melhorar suas habilidades, e ela abraça a lenda da Onryō, pois existe uma árvore de habilidade dedicada para o espírito vingativo.

Outra coisa que nos ajuda e muito é a presença da Loba, que vai nos ajudar em muitos momentos do jogo.

Os Seis de Yōtei

Como mencionei Ghost of Yōtei segue mais uma jornada de vingança, porém, o caminho que seguimos com Atsu possui seu mérito.

O roteiro possui momentos marcantes, os caminhos se desdobram em cenas épicas e muito disso se deve aos vilões principais, Os Seis de Yōtei.

Ghost of Yōtei
Cada nova habilidade deixa Atsu ainda mais letal.

Cada nova caçada aos membros da gangue que destruiu a vida de Atsu é única, levando a protagonista para os quatro cantos do mapa.

Se ao caçar um dos vilões você precisa se infiltrar em seu castelo, em outro iremos destruir uma seita de ninjas.

Por ser o objetivo principal, cada missão possuem jornadas longas e desfechos memoráveis, como a luta contra o Oni que é digna de cinema.

Ghost of Yōtei
Momentos antes da porrada acontecer!

O começo de cada missão principal vai preparando o jogador para o embate final. Os momentos mais impactantes ficam ainda melhores por conta da excelente dublagem, seja em japonês ou em português brasileiro, que conta com a voz da Beatriz Meinberg dando voz a personagem principal, ela já apareceu em outros títulos da Sony, como God of War (2018) e God of War: Ragnarök no papel da deusa Freya.

Ghost of Yōtei entra para a lista dos grandes jogos do PlayStation, Atsu é mais uma grande personagem feminina dos jogos, indispensável para aqueles que gostaram do jogo anterior, certamente vai acumular muitos fãs com o passar do tempo.

Review feita com base em uma cópia cedida pela PlayStation Brasil, agradecemos pela oportunidade.

Ghost of Yōtei

NOTA - 9.2

9.2

ÓTIMO

Ghost of Yōtei entra para a lista dos grandes jogos do PlayStation, Atsu é mais uma grande personagem feminina dos jogos, indispensável para aqueles que gostaram do jogo anterior, certamente vai acumular muitos fãs com o passar do tempo.