Digimon Story Time Stranger, eles continuam demais | Review

O ano é 2000, mais precisamente no mês de julho, você ligava a TV para assistir um novo desenho sobre monstrinhos simpáticos e as crianças que os acompanhavam, Digimon se tornou uma febre entre a garotada, contando com produtos de todos os tipo, figurinhas, roupas, brinquedos e jogos de vídeo game, mesmo tendo assistido seu “concorrente” por muito tempo, confesso que tive mais apreço pelos seres digitais, seja por seu design ou pela história apresentada. 25 anos depois, me vejo revivendo pequenas memórias dessa época, tudo isso enquanto jogo o excelente Digimon Time Stranger, novo jogo da franquia que chegou quieto e da mesma forma segue conquistando fãs.

Desenvolvido pela Media. Vision e publicado pela Bandai Namco Entertainment, o jogo marca o retorno de uma saga consolidada.

Hoje nossa review segue especialmente uma saga que gostei muito quando criança, e que sinceramente, não esperava redescobrir este carinho pelos Digimons.

Digimons Digitais

Para quem não saiba, Digimon faz parte de um estilo de narrativa presente em animes chamada de Isekai, que consiste em ter como base um personagem (ou um grupo) transportado de seu mundo para outro totalmente desconhecido em outra dimensão.

Obviamente que aqui não poderia ter outra caminho, entretanto, Digimon Story Time Stranger permite criar nosso DigiEscolhido.

Este que não possui voz, mas expressa seus sentimentos através de falas e ações, pois somos agentes de uma organização secreta.

Esta que por sua vez tem como atividade investigar e combater anomalias temporais, e logo no começo do game estamos investigando uma das grandes.

O fenômeno ocorre em Shinjuku, cidade localizada no Japão, ali tem início toda nossa saga, com nosso protagonista sendo apresentado aos monstros digitais.

Nosso objetivo é impedir que algo crítico ocorra na cidade, atividade esta que não dará tanta facilidade aos nossos heróis.

O game começa de uma forma tranquila, até demais, as mecânicas começam a surgir e temos as primeiras explicações de como funciona coisas básicas como investigação de cenário, batalha e movimentação.

Os primeiro aliados e inimigos começam a surgir, porém, tudo ocorre de forma bem natural, o que é muito bom para um jogo.

Mas sem grandes cenas ou set pieces, pelo menos não em seu começo, aqui o jogador vai aprender como se joga.

Depois de alguns minutos, descobrimos que estávamos apenas na longa abertura do jogo, com o título enfim aparecendo em destaque.

Para o seu mundo salvar…

Pois bem, após todo o processo, começamos de verdade Digimon Story Time Stranger, até aqui o jogador sabe que para se dar bem em combates, temos que ter uma equipe equilibrada, ou pelo menos tentar.

Isso deve ao fato de que os Digimons possuem tipos, saber qual tipo de monstro usar faz com que as lutas fiquem menos complicadas.

Por exemplo, assim como em outros RPG’s, algumas criaturas levam vantagens sobre outras, aqui cada ser possui uma categoria principal, são elas: vírus, dados e vacina.

Dados são resistentes a vacina, vírus são fracos contra vacina e dados causam maior dando em seres de vacina.

Não chega a ser algo complexo de entender, entretanto nossa equipe precisa ter o equilíbrio entre essas categorias.

Pois não adianta nada seu personagem ser de um level alto e causar menos dano no adversário, ao mesmo tempo em que sofre maior dano.

As lutas seguem o formato de combate por turno, explorar os status também faz com que nosso turnos sejam melhor aproveitados.

Além disso, as batalhas pedem por esse pequeno estudo, já que o jogo possui batalhas de chefes insanas e extremamente desafiadoras.

Uma equipe fraca e pouco versátil faz com que a vitória demore para chegar, ou as vezes sequer chegue, os inimigos principais são implacáveis.

Mas temos diversas ferramentas para usar contra nossos oponentes; como itens que curam, que aumentam temporariamente o ataque, defesa e etc.

Os ataques também contam categorias, estas que auxiliam em determinadas lutas, eles podem ser físicos com diferentes status e elementos ou mágicos.

Explorar as fraquezas e combinar ataques e buffs tornam sua equipe letal e completamente sólida em batalhas.

Eles vão se transformar

E para superar os novos e insanos desafios que temos durante a aventura, claro que iremos contar com as clássicas digievolções, estas que possuem status distintos que devemos seguir a risca.

Mas vamos por partes, pois aqui mora uma das grandes diversões do jogo, principalmente para quem conhece a obra e quer partir em busca dos Digimons mais fortes.

Para digievoluir não basta que seu companheiro esteja em um level alto, precisa que ele tenha exatamente o que se pede.

Uma quantidade específica de inteligência ou de HP, além disso, o nível de agente do nosso protagonista precisa corresponder as solicitações.

Outro fator que pode ser levado em conta é a tendência do Digimon, por exemplo, certas digievoluções pedem que a criatura seja bondosa, ou corajosa, ou implacável etc.

Outras pedem até mesmo que você possua um certo item no inventário, caso contrário sem chance da transformação ocorrer.

E se você pensa que as digievoluções podem deixar de acontecer, boa sorte, cada categoria de digimon possui um level máximo.

Para ter uma equipe mais forte, evoluir está nas atividades mais importantes, então atenção aos detalhes pedidos.

Drama que pode te acertar

A trama de Digimon Story Time Stranger demora para engatar, seu começo apresenta coisas que já vimos em muitas obras, porém, conforme vamos avançando, os capítulos se tornam mais instigantes, os mistérios iniciais vão ganhando respostas, ao mesmo tempo em que novas perguntas aparecem.

Durante todo o game vamos seguir com personagens fixos em nossa equipe, Inori, uma humana que teve a vida mudada por eventos trágicos e Aegiomon, nosso parceiro digimon da vez, este que veio para no nosso mundo após as anomalias do início do game.

A relação entre os personagens criam laços fortes, estes que por sua vez criam ramificações para escolhas nada fáceis.

Onde dilemas se fazem presentes, ocorrem viradas no roteiro que eu realmente não estava esperando, o que começa bobo, se transforma.

Nos vemos presos em uma corrida para impedir uma catástrofe, e no meio disso tudo, viagens no tempo e conflitos eclodem em cada nova missão.

A trama colorida em seu aspecto, ganha um cinza quando se mistura com impasses, temas como a rivalidade entre irmãos, guerras, preconceitos com outros povos se fazem presentes para que o jogador sinta cada desfecho.

Aegiomon tem a jornada mais épica do game, como centro do jogo, suas atitudes e o que ocorre com ele move toda a história, seja para boas ou más escolhas.

Sendo assim, Digimon Story Time Stranger esconde uma pérola em seu roteiro, que vai te acertar em muitos pontos importantes.

Descobrir mais da história de Inori e do agente que controlamos nos prende na frente da TV com o controle na mão.

E além da história principal, ainda temos as missões secundárias, que escondem momentos bem divertidos.

Digimon Story Time Stranger vale a pena?

Para quem gosta de RPG de turno, o jogo por si só poderia entrar em sua lista, mas se além disso você também gosta de um boa trama com momento épico, certamente esse jogo merece sua atenção.

Apesar dele ter certas limitações como paredes invisíveis e um level design confuso em algumas partes, o game possui um brilho capaz de atrai bem mais nossa atenção.

Senti falta foi de uma trilha sonora impactante em momentos cruciais, mas as que estão presentes no jogo fazem bem seu papel.

Com um fórmula simples, o time de Digimon Story Time Stranger traz um dos melhores jogos do ano, divertido e emocionante, para ficar completo mesmo, faltou apenas a Angélica aparecendo do nada e cantando a abertura da primeira temporada.

Esta review só foi possível graças a Bandai Namco Entertainment que nos cedeu uma cópia do jogo, agradecemos por esta oportunidade.