Refleti um tempo sobre alguns títulos chamativos que descrevessem em poucas palavras o que o jogo de Helder Pinto causou em mim. Pensei em usar alguns adjetivos no título: passei por belo, encantador e sublime. Ao fim, não encontrei nenhum título que realmente fizesse jus ao que a demo de Europa me fez sentir. Resolvi, assim, ser bastante sincero e apenas disse algo que soará e será um tanto óbvio aos que se deleitarem com a demo. Europa é uma mistura de Breath of The Wild, os jogos de Fumito Ueda e os filmes do Studio Ghibli.

Jogo do portuense (Porto/Portugal) Helder Pinto, artista da Blizzard, Europa recebeu sua demo jogável. Portanto, até por se tratar de um preview, o que está aqui baseia-se em uma experiência menor com o jogo. Menor, entretanto, não quer dizer em termos de qualidade. Apenas uma curta, breve e rápida experiência.

Mas, ainda assim e pelo contrário, as sensações vivenciadas foram fortes, grandes e impactantes.

Europa ambiente

Europa, a história

Do pouco que se sabe da narrativa, Europa, aqui, não representa o continente da Terra. Neste caso, estamos falando sobre uma das luas de Júpiter. Ou seja, o jogo não se passa em nosso mundo, mas, bem distante daqui.

O local em que o jogo se passa é um paraíso terraformado à sombra de Júpiter. Nele, um androide chamado Zee parte em busca de uma série de respostas. À medida que vamos percorrendo as áreas do jogo, é possível achar páginas perdidas que, aos poucos, vão revelando detalhes.

Para achar as páginas e as respostas, Zee poderá correr, deslizar, saltar e voar pelos belos ambientes. Enquanto isso, alguns mistérios de uma utopia que fracassou vão sendo apresentados, bem como elementos coletáveis. Seu objetivo estará em descobrir a história do último ser humano vivo com a ajuda do Zephyr, seu jetpack mágico.

As influências de Europa

Mesmo que a demo contenha apenas um par de horas de duração, as influências saltam aos olhos instantaneamente. Dessa forma, voltando ao título deste preview, falemos de algumas.

A movimentação do jogo, antes de tudo, certamente lembrará o jogador mais atento dos jogos do gênio Fumito Ueda. Resquícios de Ico, Shadow of the Colossus e The Last Guardian estão lá. A maneira como Zee corre, pula e esboça algumas reações atabalhoadas remetem aos jogos de Ueda.

Outra referência gritante, como tornou-se um padrão de muitos jogos da indústrias, é o Momento Zelda. Chamo assim, de Momento Zelda, aquela sensação de se estar diante do sublime que foi causada em 2017, no Breath of The Wild. Não satisfeito em apresentar um momento assim, Europa apresenta, em sua demo, ao menos mais outro.

Por fim, outras referências bastante evidentes são aos filmes do Studio Ghibli. Entre os seus fundadores, estão pelo menos dois gênios da animação 2D: Hayao Miyazaki e Isao Takahata. A paleta de cores, o design/desenho de personagens à mão e a direção de arte são odes ao Studio Ghibli.

Se a sopa de referências em tão curto tempo de jogo é estratégia ou excesso, ainda não sabemos. Para quem perdidamente encantou-se pelo game, a notícia ruim é que ele não sairá em 2023.

O que vem por aí?

As palavras que não vieram no título: Europa é sublime, cativante, poético, doce e uma obra banhada em beleza artística. Do visual ao sonoro, o jogo trata de despertar sensações suaves e encantadoras ao longo da demo.

Com isso, se o que está na demo é apenas um aperitivo do que vem por aí, então Europa elevou as altas expectativas que muita gente já tinha apenas pelo trailer de lançamento.

E ainda que 2024 esteja perto, fica a torcida para que a obra não saia apenas perto do fim do próximo ano. E que, se for para sair, que seja porque está sendo lapidada para a melhor experiência possível.