Em 1974, Tobe Hooper mostrava ao mundo uma obra que ficaria eternizada na mente de todos que assistissem ao filme que contava a história de uma família de sádicos e um grupo azarado de adolescentes, o longa de terror permanece vivo até hoje na cultura pop, um dos grandes clássicos do cinema.

O Massacre Da Serra Elétrica, por mais que tenha essa tradução errônea (mas ninguém de fato liga para isso), é uma obra perturbadora da qual sou um grande fã, em especial do filme dos anos 70, em que se baseia o jogo publicado pelo estúdio Gun Interactive e desenvolvido pela Sumo Nottingham.

Jamais pensei que um jogo pudesse ser feito com base nesse filme, e de fato não fosse, mas com o surgimento de Dead By Daylight em 2016, um novo estilo de jogo online criaria uma base de fãs sólida e inspiraria outra empresas.

Com isso, aqui estamos, analisando The Texas Chain Saw Massacre, jogo inspirado em um filme brutal, assustador e de certa forma divertido (ne medida do possível) adjetivos que servem para ambas as mídias, que junta uma boa e equilibrada experiência online, e ainda serve como fanservice para os fãs do filme.

Este review foi baseado em fatos…

A serra é a família

Preciso começar dizendo que não sou um dos que adoram os jogos Dead By Daylight ou suas infinitas variações.

E por isso que fiquei surpreso que tenha me divertido, claro que conta o fato de ser admirador do filme.

Mas por outro lado, o game é bem agradável, acerta ao unir um grupo de pessoas para ou escapar dos maníacos, ou tornar a vida dos jovens mais difícil.

A história não é a parte mais importante, mas vale informar, se passa antes dos acontecimentos do filme.

Isso explica a ausência de modelos que fizessem referência as vítimas originais da família Sawyer, mas por sorte DLC’s existem.

The Texas Chain Saw Massacre
Todo mundo quer jogar com o grandão da serra.

E como uma obra baseada em outra, ela é competente no que faz, desde a sonorização, o clássico e marcante barulho presente após os flashs da câmera está lá.

Esses pequenos detalhes podem e vão agradar os fãs, mesmo que seja um jogo que não temos costume de jogar.

As partidas se dividem em dois modelos, como citado mais acima, vamos começar pelo modo em que somos a presa.

A hora da fuga

No papel de jovens indefesos, teremos a atmosfera que se aproxima do filme, e será também o mais difícil complicado.

Isso porque teremos que nos esconder, coletar recurso, realizar algumas tarefas, enquanto somos caçados pelos jogadores controlando os vilões.

E eles tem o papel mais “fácil” que é apenas nos atacar, mesmo existam jogadores que despistam com destreza.

Jogar com os jovens requer maior cautela, combinar bem com o grupo o que cada um vai fazer para fugir.

Existem habilidades que irão dar uma certa vantagem, e elas funcionam bem contra os caçadores, conflitando bastante com os inimigos.

Por exemplo Julie tem habilidade especial de corrida e é bastante veloz, se ela der de cara com personagem “The Cook”, provavelmente irá fugir com facilidade, já que este perseguidor cansa fácil.

Nunca foi tão fácil e tão desesperador abrir uma porta…

Por dois motivos este é o modo mais tenso, os assassinos podem ir atrás dos recursos e plantar armadilhas livremente.

Depois saem em perseguição, tudo isso sem se preocupar em se esconder ou andar por aí livremente.

O bom é que há como ganhar experiência com os personagens e traçar estratégias mais assertivas, tornando a diversão maior.

O Massacre da Serra Elétrica

Do lado dos vilões, a diversão é infinitamente maior, é quase uma música de heavy metal buscar e destruir tudo.

Temos cinco personagens da família: O Cozinheiro, O Caronista, Johnny, Sissy e claro Leatherface e sua máscara de pele humana.

E assim como os jovens, eles possuem habilidades únicas que facilitam cada execução, como mencionei antes, Julie corre bastante, assim como O Caronista, útil para correr atrás das vítimas sem chance para que elas se escondam.

Leatherface pode correr e atacar com ferocidade com a serra, apesar de ser um dos personagens mais barulhentos (por motivos óbvios), é um dos mais mortais.

Aqui é o cenário de uma das cenas mais perturbadoras do cinema.

Como os jovens podem usar o cenário para escapar, vilões podem estragar o cenário para causar dano ou limitar espaço.

O Caronista planta armadilhas de osso, O Cozinheiro pode descobrir se há uma vítima nas proximidades, Leatherface destrói barricadas.

Mas isso não significa que seja fácil vencer nesse modo, alguns jogadores podem se esconder e fugir com maestria impressionante.

Para descobrir onde as vitimas estão, é necessário alimentar o avô com sangue que fica pelo cenário.

Isso irá fazer o senhor na cadeira berrar, caso os jogadores do outro time se movam nesse tempo, eles irão aparecer no mapa.

O avô pode ser alimentado e ir subindo de nível, facilitando a caçada.

Alguns problemas assustadores…

Mas mesmo com esses fatores, que fazem o jogo crescer em diversão, existem problemas, como todo jogo.

Como por exemplo, a hitbox que é sofrível e favorece mais o grupo dos sobreviventes, algo que não poderia ocorrer.

Um jogo de time contra time, um deles precisando atacar o outro para vencer, golpes passando no vazio é inadmissível.

Outro ponto que tirou um tanto da minha experiência, foi a queda repentina de frame, não foram muitas, mas atrapalharam.

Alguns frames do jogo são bem bonitos.

Algo que senti falta, que sei que poderia ter, é uma maior variedade de gameplay, não em modos, mas ações.

Como por exemplo, as vítimas poderem jogar algo para enganar os vilões, ou vilões com algo para intimidar a presa.

Iria gerar maiores estratégias para as vítimas e os vilões seriam mais assustadores, o jogo seria mais completo.

E por último, mas não menos importante, o jogo não tem legendas ou dublagem em português.

Não ter pelo menos uma tradução em seus textos pode afastar jogadores.

De volta para o clássico cult

Os pontos que mais me agradaram no jogo foram a trilha sonora e todo o trabalho dado aos cenários.

Esses que remetam com fidelidade maravilhosa as locações do filme, como a casa da família e o posto.

A sala de jantar, a entrada do porão do Leatherface, a sala cheia de ossos, a parede com adereços macabros.

Todos eles trazem a sensação de estarmos no universo da obra de Tobe Hooper, uma pena que não dá tempo de olhar com mais atenção, já que as partidas possuem seus objetivos imediatos.

As músicas que tocam durante o jogo são de alto nível e nos deixam sempre em clima de tensão.

É como tomar conta de um filme de terror e controlar os personagens, há até mesmo cenas clássicas do filme, como o salto pela janela e a dança ensandecida do Leatherface com a serra.

O jogo é bastante competente em homenagear um clássico do terror e divertir os jogadores.

Com alguns problemas de execução, mas nada tão absurdo, é uma excelente pedida para quem quer passar um tempo jogando com os amigos.

E como é normal nesses estilos de jogo, muito provável que novos personagens surjam, vilões ou vítimas.

O que não faltam são filmes para tirar conteúdo extra e colocar nos jogos.

No fim, o saldo do jogo é bastante positivo (mesmo eu não gostando tanto de jogos online) e diverte, se você puder jogar, chame seus amigos que a diversão será garantida. Esta review foi feita com base na versão do PlayStation 5.