A Nintendo está gerando debates acalorados entre fãs e colecionadores com a estratégia dos Game-Key Cards, cartões físicos que funcionam como chaves de download para jogos no Switch 2. Com o lançamento do console marcado para 5 de junho, a prática já é maioria absoluta entre os títulos de terceiros pré-vendidos no Japão e em mercados ocidentais, como Reino Unido e Estados Unidos. A exceção fica por conta de jogos da própria Nintendo, como Mario Kart World e Donkey Kong Bananza, e de Cyberpunk 2077 (CD Projekt), que mantêm os tradicionais cartuchos com o jogo completo.
Os Game-Key Cards, anunciados oficialmente no mês passado, não armazenam dados do jogo em si. Em vez disso, servem como um “passaporte” para baixar o título via internet, exigindo conexão para ativação. A Nintendo destacou que a vantagem principal é a liberdade de revenda e compartilhamento, já que o cartão não está vinculado a uma conta de usuário específica — um avanço em relação aos códigos digitais em caixas físicas, que são descartáveis após o uso. Por outro lado, a dependência de download e a ausência do jogo completo no cartão frustram colecionadores que valorizam a posse física integral.
No Japão, a pré-venda revelou que 11 dos 12 lançamentos físicos de terceiros adotaram o formato, incluindo Bravely Default: Flying Fairy, Street Fighter 6 e Yakuza 0: Director’s Cut. No Ocidente, a tendência se repete: varejistas como Smyths (Reino Unido) e Amazon (EUA) já listam jogos como Hitman: World of Assassination e Sonic X Shadow Generations com a identificação de Game-Key Cards nas capas. A Sega, por exemplo, está lançando Raidou: Remastered e Puyo Puyo Tetris 2 exclusivamente nesse formato.
A Nintendo, por sua vez, reservou os cartuchos tradicionais para seus próprios lançamentos e para jogos remasterizados sob o selo “Switch 2 Edition”, que incluem melhorias técnicas exclusivas. Cyberpunk 2077 também escapou da regra, provavelmente devido ao tamanho do jogo e à exigência de otimizações específicas.
A reação da comunidade é polarizada. Colecionadores criticam a “desvalorização” de edições físicas, enquanto jogadores casuais enxergam praticidade na possibilidade de revender títulos sem restrições. Paralelamente, a Nintendo confirmou que acessórios como docks e controles terão aumento de preço nos EUA devido a tarifas governamentais, embora o console em si mantenha o preço inicial de US$ 450.
As pré-vendas, inicialmente adiadas nos EUA por questões fiscais, já estão abertas globalmente. Resta saber se a estratégia dos Game-Key Cards será um marco na transição digital ou um passo controverso em um mercado que ainda valoriza a tangibilidade.