O hype tem algo interessante. Recentemente, no lançamento de Armored Core VI, testemunhamos muitos jogadores se aproximando de um jogo por conta de sua desenvolvedora, a From Software. Ela deu ao mundo, entre outros jogos: Elden Ring, a trilogia Dark Souls, Bloodborne e Sekiro. Todavia, muitos desses jogadores e tantos outros mais ligados ou não à base de fãs da From Software, hoje, anseiam por outra obra. Eles aguardam ansiosamente por um outro game que tende a mudar a corrida em busca dos prêmios de melhor jogo do ano: Starfield.

Produção da Bethesda, hoje de propriedade da Microsoft graças à “bagatela” de sete bilhões e meio de dólares, a Bethesda não é só Starfield. Ela, para quem não sabe, está por trás de famosos jogos seriados, como as sagas The Elder Scrolls e Fallout.

Desde 2011, quando Skyrim saiu, só tivemos o anúncio do sexto título com um trailer e nada além. Já Fallout, cujo último jogo da saga principal saiu em 2015, também cessou de novidades. Entre eles, uma curiosidade: a ideia para Starfield situou-se dois anos depois de Skyrim e dois anos antes de Fallout 4.

Lá em 2013, com uma ideia na cabeça, a equipe liderada por Todd Howard decidiu ir em frente com Starfield. Ainda assim, como toda produção de uma obra, o período antes da produção é sempre um mar de rosas e de sonhos. É quando se começa verdadeiramente a se produzir que os problemas e limitações surgem.

Em uma mesma apresentação de 2018, antes da finada E3, a Bethesda anunciou The Elder Scrolls VI e Starfield. Agora em 2023, o que podemos esperar, afinal, do jogo sobre exploração espacial?

Um pouco sobre Starfield

De antemão, já sabemos uma série de detalhes sobre este novo jogo da Bethesda. Alguns detalhes, claro, envolvem a (pré)produção do game, enquanto outros envolvem temáticas e elementos da narrativa da obra.

Sendo o primeiro jogo original em mais de 25 anos da Bethesda, e tendo ficado em desenvolvimento desde 2015, apesar de 8 anos, a gestação de Starfield não foi tranquila. Na verdade, podemos dizer que é bem o contrário. Quando paramos para analisar os cenários existentes no mundo dos jogos de 2015 para cá, temos certos elementos que merecem destaque.

Entre 2015 e 2023, tivemos o lançamento dos consoles Xbox Series S e X e a pandemia da covid19, que durou/dura alguns anos. Estes fatores certamente atrapalharam o desenvolvimento do game. O próprio Todd Howard afirmou que só em 2022 foi que a Bethesda sentiu que Starfield era verdadeiramente divertido. Afirmação corajosa, por sinal…

Por enquanto, pode-se dizer que a Bethesda possui dois grandes desafios. O primeiro passa por entregar um jogo mais polido e sem tantos bugs (problemas de performance que atrapalham a experiência de jogo). Aliás, que bom que, pelo que foi noticiado, Starfield é o game da empresa com menos bugs até hoje. Em todo caso, bugs podem ser consertados. Mas não o que vem a seguir.

Em segundo lugar, e talvez um dos maiores desafios do jogo, é sua missão de se inserir no rol de melhores jogos de mundo aberto da história dos videogames. Starfield poderá ser, coisa que ainda não é, uma franquia. E poderá ser uma terceira grande franquia de jogos de mundos abertos da Bethesda.

Dentre os jogos da desenvolvedora de bilhões, apenas The Elder Srolls VI gera, desde o anúncio, mais expectativa do que Starfield.

Todavia, até hoje, Starfield vem mostrando que é tudo aquilo que esperamos dele.

A busca pelo sentido da vida

Confesso não saber exatamente o que espero de Starfield. No entanto, é ótimo não saber de muita coisa diante de um jogo que envolve ficção científica. É interessante que saibamos pouco ou quase nada sobre a obra. E que ela, por si só, nos traga respostas e, em seguida, outras tantas dúvidas. Com isso, fascinando e estimulando o jogador.

Se existe algo que eu e milhões de outros jogadores aguardamos, é que Starfield supere toda e qualquer expectativa. Acima de tudo, a comunidade gamer quer voltar a acreditar que a Bethesda é capaz entregar obras que revolucionem o mundo dos jogos. A desenvolvedora precisa marcar corações e demarcar posições dentro da indústria. A partir do início de setembro, quando o jogo sair, jogadores do mundo inteiro estarão felizes ou entristecidos.

Enquanto jogadores, desejamos que Starfield ofereça muito além do que a barra das nossas expectativas. O hype, contudo, é cruel e pode ser dilacerante. Sonhamos, ainda assim, que descobriremos o sentido da vida ao longo das nossas caminhadas, navegações e viagens entre planetas e sistemas.

Do que eu espero do jogo? Que ele me surpreenda. Que o novo esteja atrás de cada porta, sala, casa, a instalação, estrutura e planeta.

Quero conseguir ver e me deslumbrar com o que eu estou vendo, com coisas que minha mente jamais imaginou. Assim como quero estar diante de estruturas que me lembrem muito a estrutura, por exemplo, que os macacos descobriram no filme ‘2001: Uma Odisséia no Espaço’.

Quero espaços de água, chão e ar que vão contra a geografia e as leis da física que esperamos ver no mundo.

Preciso ficar diante de seres que nenhuma literatura de ficção científica jamais ousou imaginar. Para que eu possa estar diante de respostas para as perguntas que eu ainda nem sei que tenho.