Ao longo dos anos, muitos gêneros de videogames experimentaram altos e baixos em termos de popularidade. Alguns gêneros que antes eram extremamente populares, como a série Heroes of Might & Magic, perderam destaque com o tempo. Como resultado, muitos fãs ficaram órfãos desse tipo de jogo.
No entanto, a situação mudou recentemente com o lançamento de Songs of Conquest. Lançado no dia 20 de maio, o jogo vendeu mais de 500 mil cópias e se tornou um grande sucesso para o gênero. Songs of Conquest oferece uma experiência de estratégia clássica que se assemelha ao que muitos de nós passávamos horas imersos em um looping de gameplay extremamente viciante.
O sucesso de Songs of Conquest mostra que ainda há um público significativo para jogos de estratégia por turnos. Além de mostrar que esse tipo de jogo pode ser resgatado e modernizado sem perder sua essência. Com o 1.0 lançado, tive a oportunidade de testar e conferir se realmente ele consegue trazer de volta a essência que o fã tanto ansiava.
Antes de mais nada, eu posso logo tranquilizar: Songs of Conquest é um jogo obrigatório para fãs de RPG/Turnos e aventuras baseadas em turnos. Com uma narrativa bem interessante, uma pixel art que brilha aos olhos, e uma repetição de gameplay que de fato vicia, ele oferece uma experiência que agrega bastante a chegada dele ao gênero.
O jogo é dividido por campanhas de distintos protagonistas, sendo a primeira seguindo Cecilia Stoutheart, uma herdeira que retorna à sua terra natal para encontrar uma guerra civil iminente. Aqui em uma narrativa muito mais próxima de obras ocidentais sobre redenção, sua missão é reclamar seu direito de nascença, enfrentando mercenários e desafiando o governo imposto para conquistar o seu trono por direito.
Para fãs novos, ou até mesmo antigos que estejam um pouco enferrujados, a campanha é uma excelente pedida para conhecer as mecânicas do jogo de uma maneira mais pé no chão e bem direcionada, deixando-o pronto para desbravar o sandbox mais a frente. Algumas campanhas se destacam devido ao seu apelo, e uma das mais interessantes é a de Rasc, um sapo escravo que lidera uma rebelião contra seus antigos senhores. Os personagens dessa campanha além de serem extremamente carismáticos, toda a narrativa te direciona para uma jornada do herói clássica, e com um protagonista que você faz questão de torcer por ele.
O sistema de combate em Songs of Conquest é estratégico e baseado em grades, exigindo planejamento cuidadoso e uso inteligente de feitiços. As unidades possuem habilidades únicas e podem ser combinadas de várias maneiras para criar estratégias eficazes. Os feitiços desempenham um papel crucial no combate, oferecendo buffs, debuffs e efeitos devastadores que podem mudar o curso da batalha.
Quando seu exército está muito superior ao inimigo no qual você pretende enfrentar, existem grandes chances de eles fugirem ou até mesmo desistirem da batalha. Em outros momentos, a batalha automática pode ser a mais prática, já que você consegue ver uma prévia dizendo se o combate será fácil ou não, dependendo da nomenclatura que estará na interface ao clicar.
A exploração é uma parte importante do jogo, e eu diria que é a que faz o jogo se tornar tão viciante. Com um mundo vasto repleto de coisas para explorar, pontos de interesse e tesouros escondidos para descobrir. Cada exploração aumenta as habilidades do seu herói e de seus soldados, tornando-os mais fortes e mais preparados para os desafios que virão. Nesta fase do jogo, é onde você passará a maior parte do tempo. Com um gameplay por turnos, você precisará explorar o mapa, construir e melhorar seu reino, formar exércitos e se preparar para ataques inimigos.
Após o fim da campanha, o modo sandbox é onde o jogo realmente brilha. Permitindo que você jogue com ou contra amigos, e claro, contra a IA, o jogo consegue entregar coisas novas a cada run, já que você pode personalizar parâmetros para criar a experiência de jogo perfeita. O modo multijogador é outra ótima maneira de aproveitar o jogo, permitindo que você competir ou colaborar com outros jogadores em batalhas ainda mais difíceis e emocionantes. Aquela dúvida de estar fazendo algo em um turno, enquanto o seu oponente pode estar fazendo outra para se preparar melhor para te surpreender, é sempre um frio na barriga extremamente gratificante.
Recentemente em sua conta oficial no Twitter, a equipe de Songs of Conquest mostrou algumas diferenças entre o projeto inicial e o resultado final. E não tem como ser diferente: o jogo era lindo em sua imaginação inicial e se tornou soberbo no resultado final. O detalhe é que são visuais que diferem muito um do outro, mas que são igualmente bonitos. A escolha visual de Songs of Conquest é um dos seus pontos fortes. A arte em pixel é detalhada e vibrante, com cada campanha possuindo seu próprio estilo visual, o que me deixava sempre com uma ansiedade para prosseguir na campanha e conhecer a próxima.
O desempenho do jogo foi sólido o tempo todo, desde na parte de exploração, quanto nas batalhas e também nas cinemáticas. O jogo também funciona perfeitamente no Steam Deck, permitindo que você leve a experiência para onde quiser, sem perda de qualidade visual ou desempenho. Um ponto positivo fica para a boa compatibilidade no uso de controles, o que sem dúvida alguma deve ter sido um desafio para o estúdio, já que não é tão fácil adaptar esse gênero para o joystick.
O editor de mapas é uma ferramenta poderosa que permite criar e compartilhar suas próprias campanhas, oferecendo infinitas possibilidades de jogo. Além disso, você pode jogar conteúdo criado por outros jogadores, expandindo ainda mais a diversidade e longevidade do jogo. A variedade de cenários criados pela comunidade vai desde cenários simples que são uma ótima porta de entrada para novos jogadores, a cenários extremamente punitivos e desafiantes para usuários experientes.
Além de todas essas características, Songs of Conquest também possui uma trilha sonora de excelente qualidade e que complementa perfeitamente a atmosfera do jogo. Combinando perfeitamente com o visual, as canções que são entoadas ao longo de suas jogatinas são extremamente gostosas de se ouvir para todos os ouvidos.
No geral, Songs of Conquest é um jogo obrigatório para fãs de híbridos RPG/Turnos e aventuras baseadas em turnos. Com uma narrativa rica, belos gráficos em pixel art, e uma jogabilidade super viciante, ele oferece uma experiência que se assemelha em muito ao que a gente se acostumou a ver de franquias anteriores, e o jogo só tende a crescer, já que continua a evoluir graças ao suporte da comunidade e ao modo sandbox.
Songs of Conquest
NOTA - 8
8
Excelente
Songs of Conquest é um jogo que combina de forma eficaz elementos de RPG, Turnos 4X, proporcionando uma experiência de jogo imersiva e visualmente apaixonante graças a sua excelente pixel art. Com suas quatro campanhas distintas, cada uma com protagonistas interessantes, o jogo oferece uma boa dose de exploração e combate estratégico. A gestão de cidades e recursos adiciona uma camada extra de profundidade, enquanto a arte em pixel e o desempenho impecável até mesmo no Steam Deck, elevam a experiência visual e técnica do jogo. O editor de mapas e o modo sandbox garantem que os jogadores tenham muito conteúdo para explorar e criar, estendendo a longevidade do jogo. Apesar de Songs of Conquest não dar um passo muito maior do que eu desejava para com o gênero, ele sem dúvida alguma, no geral, é um título obrigatório para os fãs de jogos de estratégia e aventura.