Granblue Fantasy Relink: Jogo Para Iniciantes ou Veteranos? | Review

Granblue Fantasy: Relink é um jogo de RPG desenvolvido pela Cygames, Inc lançado em 01 de fevereiro de 2024. O game conseguiu unificar a maravilha dos RPGs de campanha solo com batalhas e desafios usando recursos online.

Dificilmente vemos um RPG tentar equilibrar a balança entre ser um jogo de campanha voltado para o jogador solo e o RPG multiplayer, em sua maioria eles apostam em um único estilo e lançam o jogo com aquela finalidade.

Claro que existem jogos com interatividade multiplayer e campanha solo mas percebemos nitidamente que esse tipo de jogo costuma ter uma campanha um pouco mais curta para incentivar o player a se aventurar com outras pessoas.

Granblue Fantasy: Relink conseguiu unificar esses dois fatores sem que a qualidade de nenhum deles seja ofuscada pelo outro.

Falaremos sobre os sistemas, pontos fortes e fracos do game e o que os jogadores podem esperar desse incrível RPG.

ENREDO INTERESSANTE, MAS PREVISÍVEL

A campanha de Granblue Fantasy: Relink se mostra bem interessante (voltarei em um pequeno detalhe mais a frente), estamos no papel de um capitão de uma aeronave navegando pelo mundo dos céus junto a nossa tripulação e Lyria, uma garota com poderes mágicos potentes porém ainda desconhecidos.

Somos apresentados aos integrantes de nossa tripulação a caminho de Estalúcia, onde o protagonista deve encontrar seu pai que o espera segundo informações contidas em uma carta.

A viagem rapidamente é interrompida por alguns eventos estranhos e um pouco mais adiante descobrimos que a causa dos problemas é a chamada Igreja de Ávia, uma organização que usa dos poderes das bestas primordiais para causar transtornos na população.

Logo descobrimos que o foco dessa organização misteriosa é Lyria pois através de seu poder ela consegue se comunicar com esses seres místicos e até controlá-los.

A partir dessas descobertas, travaremos diversas lutas e ajudaremos várias pessoas através do mundo em busca de deter essa organização misteriosa e livrar Lyria da atenção dos malfeitores.

DE ONDE SAIU TUDO ISSO?

Para quem está acostumado com o tipo de RPG que introduz os personagens e entrega uma espécie de enredo rápido para só então iniciar a aventura, saiba que não existe isso em Granblue Relink. O jogo inicia, mostra qual será o rumo dos personagens e te joga para a aventura. Isso pode te deixar um pouco confuso.

Mas Ygor, o jogo não nos explica nada sobre o enredo? Como assim? Calma. Existem diversos arquivos coletáveis no jogo e inclusive um diário onde conhecemos aos poucos cada personagem da tripulação. Essas aventuras paralelas rendem não apenas níveis e itens mas também conhecimento sobre a história.

Nas telas de loading, geralmente temos pequenos resumos dos personagens que contam um pouco de sua história.

Mas pensando na perspectiva de um novo jogador que acompanhou o lançamento do game e esse será sua porta de entrada para o universo do jogo, talvez não seja tão interessante.

Aproveito para deixar comentar que a campanha principal não é tão longa quanto em outros RPGs lançados recentemente, visto que você vai perder muito mais tempo focando em melhorar seus equipamentos através de farm em questão single ou miltiplayer não é uma grande surpresa a campanha ser um pouco curta.

Acredito que a média para fechar o game deva estar entre 25 e 30 horas, o que não é tão curto assim.

OPÇÃO DE PERSONAGENS NÃO FALTA

Não posso reclamar do que o jogo entrega no que diz respeito a personalização de times. Vi poucos RPGs que disponibilizam tantos personagens secundários com diferentes estilos de jogo como os que temos a opção de adquirir em Granblue Fantasy: Relink.

Personagens que lutam a curta, média e longa distância, diferentes tipos de skills, vários elementos. São tantas opções diferentes que sem dúvida você vai se divertir criando e recriando times para os desafios do jogo.

COMBATE INTENSO

O combate do Granblue Relink lembra muito o combate que temos em Tales Of Arise. Uma espécie de Action RPG onde cada botão realiza uma ação.

Achei muito interessante as possíveis combinações de Skills e o uso das Artes. Artes é um contador que sobe à medida que desferimos golpes e são responsáveis por maximizar o dano das habilidades ou aprimorar os efeitos benéficos das Skills de suporte.

Existe também um sistema de links entre os burts de cada classe. O burst é um ataque especial dos personagens e é representado por uma barra laranja abaixo do HP de cada um deles.

Quando o medido alcança 100% desferimos uma habilidade extremamente forte nos oponentes e o melhor é que se um aliado também tiver o medido em 100%, ele realiza um ataque na sequência. Se todos os membros do grupo usarem as habilidades especiais uma animação com uma skill conjunta acontece no final e o dano é extremamente alto.

Minha única queixa sobre o combate é que assim como na história do jogo, o sistema me parece meio “jogado” nos braços do jogador, como se já estivéssemos acostumados com a mecânica do jogo. Essa pressa em entregar os tutoriais de tanta coisa relacionada ao combate me fez ficar um pouco perdido em como usar as habilidades corretamente.

Algo que achei interessante é que em determinados cenários existem itens que podem ser arremessados/derrubados nos inimigos atordoadoando e ajudando no combate, certos inimigos ao serem derrotados deixam cair partes que podemos arremessar como armas. Um adendo dinâmico para o combate.

EVOLUIR É A CHAVE DO SUCESSO

Granblue Relink entrega um sistema de upgrades simples porém extenso. De modo geral o sistema lembra muito jogos como Monster Hunter World e Genshin Impact, pois exploramos os mapas e derrotamos os monstros e com os espólios e itens encontrados evoluímos nossos personagens e equipamentos de maneira gradativa.

A árvore de habilidades do jogo é gigantesca. Dividida entre: passivas de ataque, defesa e coleção. As duas primeiras são bem intuitivas pois focam em habilidades ofensivas e defensivas enquanto a última foca em liberar habilidades diretamente nas armas que obtemos durante o jogo.

Esse sistema agrega muito ao jogo pois temos que equilibrar não só a composição do time em si, como também a distribuição de recursos entre cada personagem para que eles não fiquem muito fracos em relação aos demais.

Vale lembrar que grande parte da evolução dos personagens está atrelada as missões paralelas e recompensas que podemos obter através dela e aqui eu deixo um sincero parabéns.

O multiplayer é tão divertido que mesmo sabendo que teremos que repetir diversas vezes algumas missões o jogo não se torna pesado e não sentimos tanto assim os loops nas missões.

MAPA SIMPLES OU LIMITADO?

Aqui temos um ponto que pode deixar alguns jogadores um pouco frustrados. Em Granblue Relink não seremos jogados em um mundo gigante para que exploremos cada canto do mapa em busca de tesouros, temos acesso a uma série de pequenos mapas “lineares” com um objetivo no final.

Eu não tenho problema com esse tipo de jogo, mas confesso que esperava um mapa aberto onde eu pudesse ir a qualquer lugar a qualquer momento.

Cada mapa possui baús do tesouro, puzzles, itens e inimigos que podem deixar cair loots que precisamos para darmos upgrade em algo da nossa equipe.

Vale lembrar que o jogo não possui um minimapa, ao invés disso ele possui uma espécie de barra onde os objetivos estão localizados. Se quisermos coletar tudo em cada mapa, precisamos realmente explorar vários cantos diferentes para termos 100% de certeza que coletamos tudo que está ali.

Esse tipo de mapa dá um pouco mais de dificuldade para o jogador, mas pode desmotivar o jogador acostumado com minimapas ou ocultar segredos, visto que podemos sequer voltar para aquele mapa depois de concluirmos.

PÓS GAME FOCADO NO MULTIPLAYER

Quando digo que esse jogo lembra muito Monster Hunter não é à toa. Assim que chegamos no final da campanha desbloqueamos uma quantidade imensa de missões secundárias. É quase como se o jogo dissesse: “-Vai lá que o jogo começou agora”.

Apesar do jogo ter entregado uma campanha bem trabalhada, percebe-se que o foco foi entregar a verdadeira experiência do jogo através do multiplayer.

O lado bom é que ele é muito divertido, acredito que jogando com amigos em uma call ele se torna ainda mais interessante mas mesmo jogar com pessoas desconhecidas é prazeroso.

CENÁRIOS E EFEITOS DE PONTA

Pode ficar um pouco clichê citar a qualidade gráfica do jogo, mas é impossível não falar sobre o trabalho grandioso que esse jogo fez com os cenários e com os efeitos especiais das habilidades.

E incrivelmente Granblue Fantasy: Relink está muito bem otimizado. Consegui manter o jogo em 60FPS tranquilamente. Fiz alguns testes em 120FPS mas por conta da quantidade absurda de partículas na tela ele acabou engasgando um pouco.

Mas salvo isso, está excelente. Os efeitos das animações em combate, o cenário das cidades e mapas junto com o estilo anime dos personagens comba muito bem entre si.

E AI, VALE A PENA JOGAR?

Mesmo considerando alguns elementos pontuais como os mapas limitados e a campanha um tanto quanto curta, se colocarmos no lado oposto da balança o esforço colocado em entregar uma experiência multiplayer agradável para o jogador e que não seja tão densa, junto com uma boa otimização e jogabilidade divertida, podemos facilmente ignorar esses pontos negativos.

Não podemos esquecer que o jogo veio inteiramente traduzido para PT-BR, o que já é uma grande vitória e nos ajuda a entender o que está acontecendo no mundo do jogo. É certo que não parece ser muito interessante entender mais dos personagens tendo que ler e jogar missões paralelas, mas ao menos o recurso existe.

Aproveito para agradecer a Cygames, Inc. por ter disponibilizado para a equipe do Supernovas o acesso a esse maravilhoso RPG, aguardamos novos lançamentos para o futuro!