Super Engine GT Turbo SPEC não tem compromisso algum em ser jogo mesmo com mecânicas


Sempre que vejo um jogo de corrida com uma screenshot colorida e chamativa, meu dedo coça para clicar em “Experimentar”. Foi exatamente assim que Super Engine GT Turbo SPEC entrou no meu radar: um título que exibe carrinhos vibrantes numa perspectiva que lembra games clássicos, com a câmera posicionada num ponto alto, quase isométrico, mas sem o corte lateral típico de visões top-down mais antigas. Mesmo não sendo exatamente meu subgênero favorito — prefiro corridas em terceira pessoa, com visão mais próxima do volante —, algo naquele visual me fez dar uma chance. Pensei: “Se for minimamente bom, quem sabe supera meus preconceitos com a câmera.”

Este review, em tom descontraído e pessoal, vai do menu inicial até a linha de chegada. Sou a prova viva de que um visual promissor pode armar ciladas, e meu objetivo aqui é mostrar por que este jogo, apesar de seus bons momentos, acaba não entregando o que promete.


Suspeitas Iniciais

Assim que entrei no menu principal de Super Engine GT Turbo SPEC, notei o quão básico ele era. Não há campanhas, nem torneios, sessões de drift ou corridas contra o tempo — apenas a opção de “Iniciar Corrida” e alguns comandos de configuração. Para quem está acostumado a títulos que oferecem desde modos carreira até eventos online, essa simplicidade soa mais como falta de conteúdo do que como design minimalista. Ainda assim, avancei para a primeira disputa, acreditando que bastaria a diversão na pista para compensar. Mas, ao cruzar a linha de chegada, minhas suspeitas se confirmaram: o pacote é tão limitado que parece ter sido pensado apenas para proporcionar a sensação imediata de dirigir, sem qualquer plano para sustentar o engajamento a longo prazo.


Gráficos e Perspectiva

Se há um aspecto em que Super Engine GT Turbo SPEC acerta sem esforço, é nos gráficos e na perspectiva. A visão elevada se aproxima de um isométrico clássico — num estilo que lembra o game #Drive, mas com um ângulo ligeiramente mais alto —, e oferece ao jogador uma visão ampla e precisa. O carro responde fielmente ao joystick, sem aquela sensação de “flutuação” que às vezes compromete jogos top-down. Cada veículo exibe cores vivas e designs simpáticos, e as pistas parecem flutuar em um ambiente quase onírico. Ao ver tudo isso pela primeira vez, pensei: “Finalmente um jogo de corrida isométrica que vai além do óbvio.” Porém, essa impressão durou até o fim da primeira corrida, quando a realidade bateu forte e mostrou que o visual, sozinho, não sustenta um jogo inteiro.


Drifts Bem Executados, mas Pouco Além Disso

Na pista, pude sentir a qualidade do sistema de drifts. Deslizar nas curvas gera uma diversão rara em corridas isométricas, pois é fácil derrapar sem perder totalmente o controle do carro. As manobras tornam as disputas interessantes, especialmente quando dois carrinhos se encostam e um acaba rodando, criando momentos de tensão real. Acelerando, freando e virando, o comando do veículo se mostra sempre intuitivo — meu carro sempre fez o que eu esperava. No entanto, essa mecânica bem calibrada fica pela diversão pontual. Basta um contato mais forte entre carros para que quem bate perca o controle e termine várias posições abaixo. Não há sistema de danos realista nem recompensas para jogadas ousadas, de modo que tudo permanece na superfície. Para jogadores experientes, a dica é clara: evite ao máximo o contato físico, pois não há benefício em correr riscos.


Cores Vibrantes Versus Falta de Substância

As cores vibrantes funcionam como um chamariz eficiente, mas, depois de completar a primeira corrida, fui imediatamente levado de volta ao menu principal, sem tela de classificação ou replay comemorativo. A sensação foi a de nostalgia dos arcades dos anos 90 — o mesmo “joga, ganha e volta ao início” —, porém sem a menor satisfação de progresso. Lembrei dos clássicos da Sega, onde ganhar significava coletar moedas para continuar jogando; aqui, a vitória não traz nada além de tédio. Sem transição narrativa ou música empolgante, perguntei a mim mesmo: “Se a plataforma é bonita, mas não existe recompensa pelo esforço, por que continuar?” Em resumo, o jogo se apoia demais no aspecto visual e abandona qualquer elemento de progressão.


Estrutura e Progressão

Ao descobrir que não existe modo carreira ou pontuação, restou-me apenas apostar em corridas isoladas, com o objetivo de garantir o primeiro lugar em todas para atingir 100 % de aproveitamento. Não há campeonatos interconectados, tabelas de classificação ou premiações por desempenho. Também não existem melhorias para os carros, moedas virtuais ou novos veículos a desbloquear — nada que motive a voltar às pistas. Essa carência faz o jogo parecer uma demo inacabada ou um projeto interrompido no meio do desenvolvimento. Faltam objetivos secundários, desafios extras ou modos criativos, como provas de drift específicas ou desafios contra o relógio. Se a proposta era criar um arcade minimalista, ao menos deveria oferecer um feedback mais gratificante ao jogador.


Design de Pistas

Em Super Engine GT Turbo SPEC, bate a sensação de que estamos correndo em infinitos remixes de um mesmo trajeto aquático. As pistas têm nomes que evocam espírito selvagem, mas, na prática, apresentam variações quase imperceptíveis entre si. Falta rampas arriscadas, zonas de água que reduzam velocidade, atalhos secretos ou qualquer elemento que torne cada percurso memorável. Após algumas voltas, torna-se difícil descrever onde você está correndo, pois tudo se parece: curvas suaves e obstáculos mínimos, sem identidade visual. Se a intenção era um “arcade puro”, funcionaria melhor com diversidade estética, como circuitos noturnos ou cenários temáticos. Em vez disso, o jogo usa basicamente um template padrão para todas as pistas.


Asset Flip?

“Super Engine GT Turbo SPEC” soa como um amontoado de termos genéricos — velocidade, potência e especificações técnicas — sem descrever nada de fato. O título não deixa claro se é expansão, spin-off ou o que traz de novidade. A impressão é a de um projeto superficial: quem o desenvolveu dominou a programação da física e a base de um jogo de corrida, mas careceu de interesse ou paciência para criar algo completo. Embora eu não possa afirmar com certeza que foi usado asset flip, muitos modelos e pistas parecem saídos de um repositório genérico, sem modificações que lhes confiram personalidade. A combinação de nome vago e conteúdo escasso reforça a ideia de um protótipo travestido de jogo finalizado.


Decepção que Ensina

Minha expectativa ao jogar Super Engine GT Turbo SPEC era reviver a nostalgia dos arcades isométricos, com corridas frenéticas e aquela sensação de quase vitória ao encostar no oponente. Nos primeiros instantes, com drifts bem calibrados e cores vibrantes, senti empolgação. Porém, logo percebi que tudo era oco. A ausência de modos, a repetição de pistas e a vitória sem recompensa transformaram a experiência em algo mecânico e sem coração. Fiquei pensando se alguém realmente quis entregar um jogo completo ou se isso foi apenas um protótipo liberado no mercado – ou pior: um cash grab ou scam…

Super Engine GT Turbo SPEC

SCORE - 4

4

RUIM

Super Engine GT Turbo SPEC promete muito no visual e na jogabilidade imediata — cores vibrantes, drifts fluidos e câmera precisa — mas entrega muito pouco em conteúdo e progressão. A ausência de modos diferenciados, campeonatos e um sistema básico de pontuação reduz tudo a “entre na pista, chegue em primeiro e volte ao menu”. Isso não configura uma experiência de corrida completa, mas sim uma demo disfarçada de produto final. Se busca diversão rápida, pode entreter por alguns minutos; mas, para quem quer desafios duradouros, história ou evolução de veículo, o resultado é profundamente frustrante. Não se deixe enganar apenas pelo visual chamativo: sem substância para sustentar suas promessas, Super Engine GT Turbo SPEC cai no limbo entre o “poderia ser” e o “ainda não é”.

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