SHIN MEGAMI TENSEI V VENGEANCE: ENTRE ANJOS E DEMÔNIOS

Já faz algum tempo que não jogava algum Shin Megami Tensei, me recordo de ter jogado a sua versão online há muitos anos atrás e após isso joguei apenas a saga persona.

Shin Megami Tensei V: Vengeance (vamos abreviar para Shin Megami: Vengeance) chegou com uma gameplay similar aos títulos anteriores e isso inclui também os jogos da saga Persona. Porém, todos reajustados e melhorados e isso inclui novas mecânicas e estilos de jogo.

Lançado pela Atlus em 14 de junho de 2024, está disponível nas plataformas: Nintendo Switch, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One, PC, Xbox Series C e Series S.

O jogo possui uma boa extensão de mapa, diversos inimigos para enfrentarmos e muito chefes opcionais. Além de tesouros e uma enorme enciclopédia de itens e demônios para capturarmos e trabalharem em nome do protagonista.

Nessa análise, comentarei um pouco sobre minhas impressões gerais sobre o jogo, pontos que achei interessantes e quem sabe possíveis melhorias

Vamos lá?

TÓQUIO TOTALMENTE DEVASTADA

Shin Megami: Vengeance nos coloca em uma versão pós-apocalíptica de Tóquio (denominada Da’at, ambiente no qual o nosso protagonista acaba ficando preso.

Como de costume, nosso personagem não tem nome, pois daremos o nome que acharmos conveniente durante os minutos iniciais do jogo. No enredo, o protagonista é transferido para uma escola chamada Jouin High School e lá faz algumas amizades.

Devido um suporto assassinato que ocorreu em uma das vias do metrô por onde passamos, precisamos realizar um desvio de rota e logo que chegamos há um túnel, ocorre um desmoronamento que nos leva para outro mundo.

Esse novo local é uma versão totalmente devastada de Tóquio, e após perceber isso o protagonista conhece um ser misterioso chamado “protoinfernante”. Ele possui conhecimentos vagos sobre o que aconteceu na cidade e decide ajudar na jornada enquanto tenta recuperar as suas memórias.

Uma vez que conhecemos esse ser, passamos por uma espécie de unificação espiritual e dessa união surge o “Nahobino”, uma espécie de ser que pode combater os monstros que surgiram nesse mundo.

Nossa missão é sair busca dos nossos amigos perdidos, recuperar as memórias perdidas do protoinfernante e entender como derrotar Satã que conseguiu vencer Deus na guerra entre anjos e demônios.

ESCOLHA A NARRATIVA

Existe aqui um elemento muito importante que eu particularmente acho que deveria ser mais explorado nos jogos atuais.

Em Shin Megami: Vengeance temos a opção de fazer uma escolha que irá impactar no desenvolvimento da campanha inteira do game. Logo no início do game, podemos escolher pegar ou não a mão de uma garota. Essa decisão irá definir se faremos a campanha do ponto de vista da narrativa original do Shin Megami Tensei: V ou se iremos seguir a nova versão da campanha que é denominada “Cânone da vingança”.

Se você está familiarizado com a campanha original, sugiro que de uma oportunidade para a campanha alternativa. Sem muitos spoilers, existem personagens novos nessa vertente e um enredo novo que está voltado para um grupo de demônios chamados “Os caídos”.

Como de costume, essa nova narrativa traz consigo uma nova personagem, chamada Yoko. Devo dizer que o desenvolvimento dela consegue ser maior que o do personagem principal.  Contudo, todos têm seu espaço e ninguém fica totalmente apagado.

MENOS CONVERSA E MAIS COMBATE

Diferente dos jogos da saga persona, Shin Megami: Vengeance está mais focado nos combates do que em longos diálogos. Os diálogos ainda estão presentes, afinal, são necessários para o desenvolvimento da narrativa, mas percebe-se que o foco está mais voltado para a ação.

Falando sobre o combate, temos aqui um jogo de turnos onde podemos controlar até 4 personagens. As batalhas são táticas e mais importante que atacar com força total, é saber quais são as fraquezas de cada oponente.

Nesse sentido, se o jogador quiser uma facilidade maior na sua campanha o ideal é explorar cada fraqueza dos oponentes para ter vantagens e ganhar turnos extras.

Uma melhoria extremante importante do jogo é a possibilidade de controlarmos os personagens convidados durante o combate! Não depender de RNG para acertar as fraquezas do oponente é sem dúvida uma dádiva.

Ainda sobre o combate, temos as habilidades passivas únicas que podem ser aprendidas pelos demônios que capturamos (que nos proporcionam diversas novas estratégias que podem ser utilizadas), habilidades inatas, e novas habilidades Magatushi (que podem ser usadas após encher um medidos presente no canto direito da tela.

Podemos também conversar com os demônios e recrutá-los durante o combate (muito Persona), e criar diversas fusões que trarão novos aliados poderosos para combate.

JOGUE COM CALMA, TEM MUITA COISA PARA EXPLORAR

Shin Megami: Vengeance é um jogo enorme. Contado com duas campanhas distintas de aproximadamente 80 horas cada (que aumentam exponencialmente se você buscar a platina do game), além de diversos itens, inimigos e chefes para derrotar-mos.

O mapa do jogo é consideravelmente grande e repleto de locais para explorarmos, além dos segredos escondidos e recursos espalhados pelo mapa. Devo dizer que é possível passar das 200 horas de jogo se quiser fechar as duas campanhas e coletar tudo que está presente no mapa.

Além da exploração e combate, há uma região no game onde podemos conversar com os demônios capturados e ganhar itens à medida que combaterem. Sempre que puder, dê uma atenção a esse recurso.

Além disso tudo, salve sempre. O jogo não salva constantemente os checkpoints como nos outros jogos, ou seja, se jogar 10 horas e achar que consegue derrotar um boss sem dificuldade, se morrer volta tudo do último save que realizou.

MELHORIAS GRÁFICAS E DESEMPENHO

O jogo passou por uma ótima melhoria gráfica. Não tive problemas com frames nem possíveis quedas de desempenho ou crash. O jogo rodou bem tranquilo no meu PC que é mediano.

Fiquei impressionado com as resoluções dos cenários e os detalhes em cada parte do mapa, além da quantidade excessiva de monstros pelo cenário. Pensei que pela quantidade de inimigos presentes o desempenho seria ruim mas estava totalmente enganado.

Enquanto jogava, a experiência foi muito satisfatória e tranquila. A trilha sonora do jogo, junto aos detalhes do cenário e o desenvolvimento da história culminam para muitíssimas horas de jogo “não enjoativas”.

DEVO OU NÃO JOGAR?

Shin Megami Tensei V: Vengeance deve ser jogado por qualquer pessoa que se diz fâ da série e até por aqueles que gostam de RPGs mais voltados a gameplay tradicional do estilo.

Toda a estrutura do game original foi repaginada, promovendo aquilo que já era bom ao mais alto nível. Trilha sonora, combate, ambientação, enredo, todos esses elementos juntos resultam em um misto de satisfação e conquistas a medida que progredimos no jogo.

Aos novos jogadores que ainda não tiveram contato com nenhum jogo da franquia, podem jogar sem medo. Apesar de ser uma versão repaginada do título anterior, ele consegue te inserir em todos os acontecimentos da narrativa, explica muito bem os caminhos e intenções de cada personagem sem que você tenha a obrigação de conhecer a narrativa.

A gameplay é desafiadora e progride a medida que o jogador se dispõe a aprender mais sobre o jogo. Explorar as fraquezas dos inimigos, capturar novos demônios, explorar o mapa e concluir sidequests, são elementos fundamentais aqui.

O lançamento desse título em diversas plataformas aumenta e muito a receptividade dos jogadores, trazendo de volta aqueles que jogaram o game anterior e convidando aqueles que não conhecem a se aprofundar grandemente nessa obra.

Aproveito a oportunidade para agradecer primeiramente a equipe da Atlus por fornecer uma cópia do jogo para realizarmos a nossa review, e agradeço a equipe do Supernovas por me permitir jogar esse excelente título que sem dúvidas ficou no meu top 5 melhores RPGs que já joguei.

Até a próxima!