Review: Oxenfree II – Lost Signals, entenda ou enlouqueça tentando.

O que mais me encanta em um game é sua narrativa, o que me leva ter uma boa imersão é justamente o tanto que ficarei preso na história.

Em saber o que vai ocorrer com aqueles personagens digitais, as vezes muito do que é dito pode até gerar certa identificação com problemas reais, Oxenfree II – Lost Signals possui tudo isso que citei acima, e muito mais.

Desenvolvido pela Night School Studio, que para minha surpresa é um estúdio da Netflix, o jogo nos leva em uma aventura com temática terror/sobrenatural, para desvendarmos um mistério que anda causando estranhos fenômenos.

O que pode parecer um jogo simples, carrega um trabalho bastante polido, e surpresas que podem surpreender até o mais antigo dos jogadores, tentar entender Oxenfree II é uma tarefa difícil, mas muito divertida.

O jogo conta com diálogos excelentes.

Contatos imediatos

O jogo começa apresentando Riley, uma mulher na casa dos trinta, que retorna até seu lugar de nascimento a trabalho.

Logo de cara somos contactados por outra personagem, para passar as novas instruções do trabalho, e ensinar o primeiro tutorial.

O uso do walkie talkie, uma das ferramentas principais do jogo, por onde teremos contato com outros personagens.

Riley acorda assustada, parecendo não saber onde estava, o que é estranho, já que aparentemente ela viajou até o local.

Logo as coisas começam a ficar estranhas (para dizer o mínimo) e o tom do jogo é dado, que segundo pesquisas, continua o mesmo do anterior.

É preciso informar que não joguei o primeiro jogo, então fui pego completamente despreparado para o que viria.

Oxenfree 2
Não se preocupe, a confusão só aumenta.

De certa forma foi algo bom, já que o grande foco de Oxenfree II é sua narrativa um tanto complexa. Riley é jogada em uma espécie de loop temporal, e retorna até o momento de seu despertar, daqui em diante, tudo será insano.

Riley precisa colocar transmissores nos pontos mais altos da costa, para mapear ondas que afetam os sinais de rádio.

Durante todo o jogo, iremos contar com a ajuda de Jacob para tal feito, um antigo amigo de Riley, partindo do local onde despertamos, seguiremos para um dever que aparentemente é bem simples.

A obra nos joga para algo que pode ser comparado com séries e filmes famosos, como Além da Imaginação, Contatos Imediatos do Terceiro Grau e para os mais novos, Stranger Things (quem diria) com partes que flertam com o terror e horror cósmico, e um toque de aventuras clássicas de Scooby-Doo.

Conforme avançamos, temos contato com viagens no tempo também, mudanças que servirão para resolução de alguns enigmas.

Oxenfree II – é maluco, porém belíssimo

Apesar de não impressionar com seus gráficos, isso não significa que Oxenfree II deixe de ser impressionante, as cores usadas no jogo chamam atenção e deixam a jornada por Camena mais leves entre um fenômeno e outro.

Mas esqueça os gráficos realistas, estamos falando de uma direção de arte competente de um pequeno jogo.

A forma que a luz é usada, muda muito a forma de encarar o jogo, somos pegos observando lindas paisagens.

Para um jogo sem muitas firulas em sua gameplay, uma boa ambientação faz toda a diferença.

O jogo conta com cenários noturnos na maior parte do tempo, que vão de ambientes urbanos, passando por florestas, cavernas e outros que só jogando para conferir, já que esses fazem parte das muitas viagens do jogo.

Algo que chama bastante atenção é o excelente trabalho de som, que aqui aumenta muito nossa imersão dentro da história.

O som do jogo é quase um personagem, e digo isso no geral, os sons de passos, estática produzida por aparelhos, das vozes dos personagens que mudam para algo mais obscuro, como mencionei, o jogo é simples em seu gameplay, trabalhos de arte e som bem lapidados valem ouro.

Oxenfree II
Esperando ansioso pela série de Oxenfree na locadora vermelha.

Jogabilidade e narrativa

No jogo iremos percorrer o mapa principal de Camena e mais na frente, outro mapa será desbloqueado.

Não espere um longo jogo, Oxenfree II pode ser terminado em quatro horas ou menos, o que é um bom tempo dentro do que ele oferece.

O game possui modos de escaladas simplificados, além de enigmas que não são difíceis, apesar de prazerosos em sua descoberta.

Poderemos coletar alguns itens pelo mapa, que irão complementar nossa história, e eles são bem-vindos, aconselho a leitura de alguns.

Mas o jogo cresce em sua narrativa, que começa complicada e estranha, mas pode ser facilmente entendida com o tempo, os diálogos, que não são poucos, contam com opções do que queremos falar.

E algumas dessas escolhas irão afetar diretamente os eventos mais importantes da campanha, como a relação entre personagens e o destino de muitos deles, conforme nossa decisão, a jornada pode ou não ser difícil.

Há também missões secundárias que podem ser perdidas caso o jogador avance demais na campanha principal, essas missões podem gerar mais tempo de jogo e fornecer informações adicionais.

Riley e Jacob formam uma boa parceria, vale muito a pena prestar atenção em momentos chaves para não perder diálogos importantes.

É necessário informar que Oxenfree II esconde pequenas surpresas para o jogador mais atento, explore bem o jogo.

Até mesmo os personagens digitais tem dias ruins no trabalho…

Oxenfree II – uma experiência válida

Apesar de ter uma boa história, capaz de prender o jogador, Oxenfree II não é essa perfeição toda, mesmo que eu tenha gostado demais do jogo, apontar o que acredito poder incomodar alguns.

O tempo de jogo é muito curto, ok, ele é perfeito para a história que ele tem para contar, mesmo assim, um pouco mais de coisas para fazer seria bom.

O jogo por vezes parece bem parado, quando as conversas acabam, ficamos apenas andando até o local principal enquanto a música ambiente toca, e como os diálogos são muito bons, eles fazem falta durante momentos de silêncio.

A trilha sonora do jogo lembra muito a de Stranger Things.

As fases que contam com mudanças de tempo, trazem uma ambientação muito bonita, mas poderiam ser mais exploradas no jogo.

As fendas que se abrem, mesclando o cenário antigo com o novo, deixam um gostinho de quero mais.

Tenho certeza de que poderiam ter usado melhor esse mecanismo, assim como usaram um que afeta o próprio console, essa foi uma das melhores coisas desse jogo, fiquei esperando mais e infelizmente não veio.

Outra coisa que senti falta, mais decisões que causassem impactos na aventura, que deixassem uma tensão no ar, as que constam no game são muito boas, mas novamente, havia potencial para mais.

Porém, esses pequenos pontos não enfraquecem o jogo, que vai ser uma excelente pedida para os amantes de boas narrativas.

Os segredos envolvendo os portais, revelações de cada personagem, são algo único, que farão o jogador seguir até o fim.

Considero Oxenfree II uma das experiências mais divertidas e diferentes de 2023.

Se você gosta de obras com personagens cativantes, um bom roteiro e está com pouco tempo para jogar, Oxenfree II – Lost Signals é a sua melhor escolha.

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