Poderia ser Metaphor: Refantazio a próxima obra trabalhando em cima de temas importantes abordados em Persona?

“Metaphor” é um RPG de fantasia criado pela equipe por trás do sucesso de vendas “Persona 5”, que alcançou mais de 6,4 milhões de cópias vendidas mundialmente. Liderado por Katsura Hashino, conhecido por seu trabalho em títulos como “Shin Megami Tensei III: NOCTURNE” e os capítulos 3, 4 e 5 de “Persona”, a equipe inclui o designer de personagens Shigenori Soejima, responsável pelos visuais dos Personas 3, 4 e 5, e o compositor Shoji Meguro, também reconhecido por seu papel em “Shin Megami Tensei III: Nocturne” e nos três jogos da série Persona.

Para se ter um contexto que contrasta com a nova IP, a série “Persona” se passa no Japão contemporâneo e mergulha os jogadores em uma narrativa que mescla vida escolar, amizade, amor e o enfrentamento de eventos misteriosos, rumores e lendas urbanas. Os protagonistas descobrem suas “personas”, representando seu eu oculto, e unem forças para superar os desafios que surgem. Com Hashino na direção, Soejima no design de personagens e Meguro na composição de Persona 3, 4 e 5, a série já vendeu 16,8 milhões de cópias pelo mundo. “Persona 5”, o título mais recente, alcançou mais de 6,4 milhões de unidades vendidas mundialmente, consolidando-se como o maior sucesso da franquia.

Já a equipe de ReFantazio conta com Kazuma Koda, artista conceitual reconhecido por seu trabalho em “NieR:Automata”, e Ikuto Yamashita, designer de mecânicas famoso por suas contribuições em “Neon Genesis Evangelion”.

A música e a arte se unem neste jogo, com personagens distintos inseridos num cenário fantástico dentro de um mundo vasto e deslumbrante. A interface, inspirada em obras de arte ocidentais, permite interações únicas e divertidas.

O design sonoro incorpora uma mistura de orquestra, música folclórica, coros e sutras, numa abordagem única que se baseia na interpretação de várias tradições musicais religiosas, oferecendo aos jogadores uma experiência sonora bastante peculiar.

As mecânicas do jogo apresentam um sistema de batalha que mescla comandos por turnos com ação em tempo real, elevando a estratégia a cada momento. Os jogadores podem personalizar suas aventuras utilizando os “arquétipos” para ajustar a dinâmica da equipe. O corredor de desafios, uma evolução do sistema de calendário da série Persona, proporciona uma jornada para transformar o mundo, trazendo uma sensação de viagem à vida dos jogadores.

O enredo se desenrola na Euchronia, um reino fictício que abriga três nações ocupadas por oito tribos distintas, fundindo uma realidade fantasiosa com peculiaridades individuais. Nesse universo, a singularidade é a norma e a diversidade é celebrada. O país é uma utopia onde a magia não é uma necessidade, sendo o progresso impulsionado pelo aprendizado e trabalho, resultando em metrópoles de vidro que se estendem para o céu. É um lugar de noites tranquilas, desprovidas de sombras sinistras, e ruas movimentadas repletas de habitantes que vivem sob a lei fundamental: “Todas as vidas são igualmente valiosas”.

O mapa do mundo

Esta é uma fantasia concebida por aqueles que residem nesse mundo de sonhos, imaginando um mundo ideal semelhante ao seu. Tanto os jogadores quanto os habitantes deste cenário consideram os respectivos mundos como impossíveis uns para os outros. Mas será realmente impossível? O jogo questiona o que nos leva a acreditar que a mudança é inatingível, explorando a ansiedade – um conceito simples, porém uma emoção complexa.

Apenas aqueles que conseguem transcender seus temores podem se erguer. “Magia” é uma designação para um fenômeno que opera com um “poder mágico”, desafiando as leis naturais. Entretanto, os habitantes da Euchronia não podem manipular magicamente por conta própria; é necessário o uso de um dispositivo específico chamado “ignidor”, para o qual uma licença é exigida.

O protagonista e seus companheiros despertam e dominam habilidades mágicas que desafiam a necessidade tradicional dos “ignidores”. Um “arquétipo” é um poder íntimo e primordial que surge ao enfrentar o medo e a ansiedade. Em suma, é a manifestação da natureza heroica encontrada nos corações das pessoas.

No mundo de Euchronia, as distintas personalidades e culturas são representadas como “tribos” em vez de categorizações baseadas em raça ou etnia. No Reino Unido fictício onde o jogo se passa, as tribos são definidas mais por suas ideologias e crenças do que por diferenças físicas.

A tribo Clemar, a maior entre os reinos aliados, é reconhecida por seus chifres distintivos e diversidade física. Muitos ocupam posições importantes no governo e internalizam a crença de sua própria superioridade.

Os Roussaine são conhecidos por suas longas e pontiagudas orelhas, sendo habilidosos em combate. Muitos deles são forçados a servir no exército e são considerados tão poderosos quanto os Clemar.

Os Rhoag possuem uma expectativa de vida excepcionalmente longa, envelhecendo até a adolescência e permanecendo na meia-idade e velhice por muito tempo. Eles ocupam posições altas devido à sua longevidade e são conhecidos por lembrar favores e guardar rancor por gerações. Muitos possuem marcas faciais distintas, uma prática de maquiagem tradicional.

Essas tribos, apesar de suas diferenças, formam a sociedade de Euchronia, cada uma contribuindo com suas próprias crenças e costumes para moldar a estrutura social e política do reino.

A tribo Ishkia se destaca por seus longos cílios, olhos amendoados e asas de ave. Apesar de serem numericamente menores entre as tribos, são reconhecidos por sua inteligência e são frequentemente encontrados em funções intelectuais, como acadêmicos e instituições religiosas. Sua postura majestosa é admirada, mas alguns têm uma tendência a falar mal dos outros, gerando ressentimento.

A tribo Nidia se diferencia pelas características menos óbvias, com olhos e cabelos brilhantes. São conhecidos por sua sociabilidade e habilidade em agradar, mas essa natureza muitas vezes os torna vistos como manipuladores ou excêntricos.

A tribo Paripulítica é identificada por suas características bestiais, incluindo caudas e orelhas distintas. Com uma gama diversificada de tons de pele e cabelo, são reconhecidos por sua sinceridade emocional, mas podem ser considerados hedonistas, levando a celebrações extravagantes, ao mesmo tempo em que são vistos como imprudentes. Apesar de numericamente semelhantes a outras tribos, são menosprezados, especialmente nas áreas urbanas.

Não temos ideia de onde vem esse estilo… Hehehe

A tribo Mustari é reconhecida pelo terceiro olho e costumes culturais únicos, usando máscaras e vestimentas específicas. Muitos deles vivem em um arquipélago e são menos encontrados em outras regiões. São frequentemente alvo de perseguição devido à sua fé única, rotulados como “pagãos” fora de sua ilha natal.

No mundo, os seres humanos são inspirados no estilo do artista renascentista Hieronymus Bosch, conhecido por suas representações fantásticas e sinistras. Esses humanos são representados como monstros desconhecidos e bizarros que destroem seu entorno de maneira indiscriminada, diferentes de qualquer criatura natural. Possuem formas estranhas e não demonstram muita inteligência, mas surpreendentemente têm acesso a uma magia avançada, dificilmente alcançável por outras criaturas conscientes.

Homo Gorleo

A biologia e ecologia desses seres são amplamente desconhecidas, e os espécimes maiores são capazes de destruir exércitos inteiros devido à sua força física extraordinária.

Dentre eles, existem o “Homo Gorleo”, conhecido por invadir uma fortaleza nos ermos ao norte da Capital Real Grand Trad, destruindo completamente as forças do forte.

Há também o “Homos Avades”, um ser humano com uma estrutura corporal semelhante a uma casca de ovo, imenso e extremamente perigoso, mesmo para criaturas maiores.

A aparência irregular e estranha dos humanos representa elementos que parecem partes do corpo, adicionando à sua biologia um aspecto incomum e único.

Homo Avades

Num mundo diferente do nosso, existe o Reino Unido da Euchronia, onde oito tribos distintas vivem separadamente. Fundado por um rei heroico, Euchronia se tornou uma nação independente com o auxílio de uma família real dotada de poderes mágicos significativos. No entanto, ao longo do tempo, o reino mergulhou em um declínio progressivo, perdendo sua virtude para a corrupção. Atualmente, a desigualdade e a discriminação dilaceram os valores que um dia o enraizaram.

Os “humanos” são agora criaturas misteriosas e perigosas, infestando vastas extensões do reino, transformando a saída das cidades em uma jornada arriscada pela própria vida.

Com a morte tanto do príncipe quanto do atual rei de Euchronia, o trono se encontra vazio, gerando uma profunda inquietação em todo o reino.

O protagonista é um jovem da tribo Elda, uma minoria marginalizada e ignorada no reino. Ele embarca em uma expedição crucial acompanhado por sua parceira, Gallica, com o objetivo de quebrar a maldição que assola o príncipe do reino – muitos acreditam que ele esteja morto. Para pôr um fim na maldição, é necessário confrontar e derrotar aquele que a lançou, uma ação que drena a vida do príncipe.

Durante essa jornada pelas vastas terras, o protagonista encontra uma diversidade de indivíduos. À medida que se conecta com eles, descobre a verdadeira essência e realidade do reino. Tudo se desencadeia a partir de um incidente devastador no coração do reino, desencadeando uma série de eventos que impulsionam o início dessa jornada crucial.

O Reino Unido de Euchronia se viu mergulhado no caos desde o assassinato do príncipe, herdeiro do trono, há mais de uma década. Com a recente e fatal agressão ao rei, o reino se encontra em um turbilhão, sem um herdeiro claro para ocupar o trono. A especulação reina sobre quem será o próximo governante: um líder religioso da Igreja Sanctista, um influente senhor de um principado vizinho ou possivelmente o comandante do exército.

Durante o funeral do rei, um evento inesperado ocorre: um “feitiço” é lançado, dando início a uma competição pelo trono entre as figuras influentes que almejam o poder. Enquanto as expectativas se elevam entre esses indivíduos, um anúncio ecoa nos céus, a voz do rei, dado como morto, revelando uma surpreendente revelação. Ele preparou uma magia poderosa em seu último momento, permitindo que os cidadãos disputem um torneio pelo trono.

A notícia causa tumulto, já que as pessoas nunca imaginaram um mundo onde a escolha do próximo rei estivesse em suas mãos. Em meio ao caos, o protagonista decide participar dessa competição, sentindo a responsabilidade de cumprir sua missão.

Eis um gostinho da batalha

Assim, tem início o grande torneio pelo trono, um evento que atrai a atenção de todo o reino. O protagonista, acompanhado por diversos aliados, embarca em uma jornada repleta de desafios e aventuras, determinando o destino e o futuro do reino.

  • Protagonista (Natsuki Hanae): Um jovem da tribo Elda, considerada “contaminada” pela religião do estado devido à crença de que herdaram magia perigosa. Ele parte em uma expedição com Gallica para salvar o príncipe de Euchronia, amigo de infância, da maldição mortal.
  • Gallica (Sumire Morohoshi): Uma fada que acompanha o protagonista na jornada para salvar o príncipe. Apesar de pequena para batalhas, ela é uma guia habilidosa e possui vasto conhecimento de magia, ajudando o protagonista.
  • Strohl (Kensho Ono): Jovem da tribo Clemar, inteligente e justo, proveniente de uma família nobre. Seus motivos para se alistar no exército parecem complexos, já que é raro um nobre fazer parte das fileiras dos plebeus.
  • Hulkenberg (Saori Hayami): Uma cavaleira da tribo Roussainte e ex-membro da Guarda Real da família real, atuando ao lado do príncipe. Apesar de suas habilidades, ela não conseguiu proteger o príncipe, o que a levou a vagar, marcada por esse erro.
  • Heismay (Akio Otsuka): Ex-cavaleiro da tribo Eugief, sensível ao som e rápido em percepção. Os eugiefs são frequentemente discriminados devido às suas diferenças. Heismay carrega seu passado como um fardo pessoal.

O elenco japonês inclui uma gama de talentos, trazendo profundidade e vida a esses personagens com suas habilidades vocais únicas.

A visão do diretor para esta obra reside na ideia central de que só ao encararmos nossas ansiedades somos capazes de avançar. Ele expressa sua crença no potencial transformador da “criação”, que pode impactar positivamente as pessoas, e sugere que essa é a essência original da “fantasia” e o motivo de sua atração universal.

Ao abordar esse gênero pela primeira vez, o diretor percebeu uma possível interpretação fundamental da “fantasia”, o que talvez explique sua atração duradoura para muitas pessoas.

Apesar disso, ele opta por deixar de lado a discussão filosófica e destaca que o principal objetivo da equipe de desenvolvimento foi assegurar que os jogadores se divirtam acima de tudo. Expressa gratidão pelo apoio contínuo recebido.

Metaphor: ReFantazio será lançado na primavera de 2024 no Xbox Series X|S, Windows, PlayStation 5, PlayStation 4 e Steam.