A pesquisa sobre a indústria de jogos no Brasil realizada pela ABRAGAMES mostrou algumas mudanças interessantes. Agora, mais jogos estão sendo feitos para computadores do que para celulares, o que é novo. Os jogos para consoles também estão ficando mais populares. Isso significa que as pessoas estão jogando mais em seus PCs e consoles do que em seus celulares.

Outra coisa interessante que a pesquisa descobriu é que muitas empresas estão deixando seus funcionários trabalharem de casa, o que é bom para algumas pessoas, mas também pode fazer com que os melhores profissionais deixem o Brasil para trabalhar em outros países. Isso pode ser ruim para as empresas daqui, que podem perder talentos importantes.

Apesar de alguns desafios, a pesquisa mostra que o Brasil pode crescer na área de jogos, especialmente se a economia melhorar. Vamos aos detalhes que esta pesquisa retornou.

A Abragames lançou a 2ª Pesquisa Nacional da Indústria de Games, feita em parceria com a ApexBrasil, revelando um crescimento de 3,2% no número total de estúdios nacionais, chegando a 1.042 em 2023. Houve também um aumento de 6,3% no número de profissionais do setor, alcançando 13.225. O estudo destaca o Brasil como uma região promissora para serviços de External Development, com muitas desenvolvedoras atendendo demandas internacionais com qualidade, destacando-se em aspectos artísticos, de engenharia e co-desenvolvimento. Cerca de metade das empresas brasileiras que atuam em outros mercados obtém mais de 70% de suas receitas de países estrangeiros.

A pesquisa mostra a maturidade crescente da indústria de jogos no Brasil. Em 2022, 93% dos estúdios nacionais desenvolveram sua própria propriedade intelectual (PI), com um aumento notável na participação em projetos transmídia e de licenciamento de suas próprias PIs. Desde 2014, o número de estúdios aumentou quase oito vezes, passando de 133 para 1.042 em 2023, com um crescimento de 177% nos últimos cinco anos.

A pesquisa, conduzida pela GA Consulting, teve como objetivo mapear abrangentemente o ecossistema de jogos digitais no Brasil, comparando o mercado em 2022 com o estudo anterior de 2021. A metodologia mista incluiu mapeamento e questionários, com critérios específicos para a participação dos estúdios, resultando em respostas de 343 empresas ativas, um aumento significativo em relação ao ano anterior.

A 2ª Pesquisa Nacional da Indústria de Games destaca que os estúdios de desenvolvimento de jogos no Brasil estão amplamente distribuídos por todo o país, com a maior concentração nos estados do Sul e Sudeste, devido à presença de cursos e ecossistemas criativos nessas regiões. Dos 1.042 estúdios mapeados, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul lideram em número de empresas.

Regionalmente, 56% dos estúdios estão no Sudeste, 20% no Sul, 16% no Nordeste, 6% no Centro-Oeste e 2% no Norte. A pesquisa também revela uma estabilidade demográfica nos próximos anos, com um aumento no número total de profissionais de desenvolvimento de jogos, embora haja uma predominância masculina, com os homens representando 74,2% dos colaboradores. No entanto, as mulheres estão à frente em áreas administrativas/financeiras em algumas empresas, e a maioria das empresas afirma ter uma força de trabalho diversa, incluindo pessoas de diferentes grupos étnicos, idades e identidades de gênero.

Em termos de fontes de receita e tipos de monetização, o faturamento proveniente da venda de jogos em plataformas digitais aumentou de 54% em 2021 para 62% em 2022, enquanto a venda direta diminuiu de 30% para 23% no mesmo período. Microtransações (20%), encomendas privadas (17%) e publicidade (16%) também são fontes comuns de receita. Quanto ao tipo de jogo, os de entretenimento lideram com 83%, seguidos pelos educacionais (8%) e advergames (3%).

Quando se trata das plataformas que geram maior receita, a maioria das empresas indicou computadores (44%), seguidos por dispositivos móveis (23%) e consoles (12%).

A pesquisa revela mudanças na distribuição de jogos desenvolvidos por plataforma, com os jogos para computador assumindo a liderança (24,9%), seguidos pelos jogos para dispositivos móveis (24%). A produção de jogos para consoles também continua crescendo, atingindo 19% em 2022. A pesquisa destaca ainda tendências como o aumento do trabalho remoto e da utilização de inteligência artificial (IA), com 70% das empresas brasileiras operando em sistema de home office. No entanto, o trabalho remoto facilitou a saída de profissionais experientes para o mercado internacional, apresentando desafios para a retenção de talentos no Brasil. Apesar dos desafios, há perspectivas de melhoria na economia brasileira, apoiadas por um ambiente político mais estável. A Abragames, em parceria com a ApexBrasil, continua a fortalecer a indústria brasileira de jogos digitais por meio do projeto Brazil Games.