1996 foi um ano muito rico para jogos. Eu acho que o período de 1995 ou 96 a 2000 foi o período que mais colheu melhores jogos da história. Vamos mergulhar nos principais títulos deste ano icônico!

Mario Kart 64

Embora as pessoas normalmente pisem em Super Mario Kart, eu consigo entender, mesmo amando aquele jogo. É que Mario Kart 64 vem em cima de um console decisivo tecnicamente para a Nintendo, e é mais um dos jogos que passaram do 2D para o 3D com louvor máximo. Note que isso não era uma tarefa garantida fora da Nintendo.

Acompanhando a matança de curiosidade que era jogar um mundo Mario em 3D, Mario Kart 64 veio para redefinir jogos de corrida casuais e kart novamente. Todo o hardware do Nintendo 64 parece conversar bem com o jogo, desde os gráficos até a existência de multiplayer local para até 4 pessoas, nem a necessidade de acessório mirabolantes.

Esse jogo até sendo jogado sozinho leva uma sensação muito gostosa de festejo, ao mesmo tempo com um clima gostoso de competição… Mesmo que seja uma roubalheira generalizada…

Pilotwings 64

Embora eu ainda prefira o Pilotwings original, a experiência no Nintendo 64 era um bom passatempo pra quem teve emoções demais com Mario 64 no lançamento da plataforma. Um grande feito dessa pequena franquia é que trata-se de uma jornada relaxante, mas sem deixar casual a ponto de não termos objetivos – pelo contrário, não vai ser tarefa fácil tirar a pontuação mais alta em cada categoria.

Esse jogo serve para quem quer controles relativamente mais simples, pelo menos em termos de número de botões utilizados. Como a ação é bem espaçada e calma, também é um bom jogo para novatos em videogames, como adultos, pais, avós, entenderem o conceito de games.

Colorido e relaxante tanto nos gráficos quanto na trilha sonora, Pilotwings é uma dessas franquias da Nintendo que dá as caras poucas vezes na história com jogos novos, mas põem uma sensação gostosa de descanso de pancadarias e tiroteios.

Crash Bandicoot



Com quantos anos você descobriu que Bandicoot era uma espécie de marsupial? O antigo mascote da Sony, carrega um bom peso para os jogadores que passaram dos 30 anos, para os mais novos também, é claro

O tempo rendeu ao senhor rodopio, bons títulos, mas seu primeiro tinha como característica o humor que oscilava entre o ácido e o bobo, lembrando algo na linha Tom e Jerry, certamente esse título merece toda admiração que ele tem.

Crash Bandicoot segue a linha de jogos scroller clássicos, porém dessa vez não é um “side scroller” – pelo menos não sempre. Observe que tivemos experimentos como um jogo do Taz no SNES, e eu posso enxergar similaridades engraçadas nisso.

De qualquer forma, o Crash se tornou o símbolo do PlayStation por um período, e era a melhor arma de batalha contra o Mario. O game da Naughty Dog era um puríssimo videogame, inclusive com um nível de dificuldade infame, mas que as pessoas não conseguiam largar.

Hoje, eu acho que a melhor forma de jogar é na coletânea da trilogia em formato de remake, que embora tenha diferenças táteis, ainda consegue tratar o original com respeito.

Pandemonium!

Mas, temos mais side scrollers competentes.  Uma rápida consulta na internet me mostrou que Pandemonium foi a  primeira experiência 2.5D em sidescroller das pessoas, e eu estou incluso nisso. Jogar esse tipo de jogo pela primeira vez é uma sensação muito doida e ao mesmo tempo a gente se sente em casa, depois de tantas lições dos 16bits.

Mesmo o iniciante em jogos poderia se dar bem aqui, já que o conceito de andar para esquerda e direita se mantém em Pandemonium, mas a câmera sempre faz um trabalho de estar indo em direções interessantes.

Pandemonium mostra o pedigree e expertise que a Crystal Dynamics sempre teve  e é uma pena que nos últimos anos a gente não tem visto ela expressando nem um pouco de seu potencial. Seja no Saturn ou no PlayStation, Pandemonium e sua sequência são títulos indispensáveis aos amantes do sub-gênero.

Donkey Kong Country 3

Sem nenhum tipo de clubismo, mas a Nintendo é dona de boa parte dos jogos mais divertidos de toda a indústria, o mais mágico nos jogos da gigante japonesa, é a capacidade e desenterrar memórias que você não sabia que ainda tinha.

E elas aparecem limpas como uma taça de cristal polido, Donkey Kong Country 3 pode e vai fazer isso caso você queira revistar um dos grandes títulos daquele ano.

A intro musical parece ter sido feita de forma calculada para ser fruto de uma nostalgia bastante prazerosa.

Com DKC3, culminamos no lance de coletáveis, dessa vez até oferecendo a NPCs itens únicos. A parte sonora ainda tem grande destaque e é fora da curva, se comparado aos jogos normais, mas é dito que dos três jogos clássicos essa trilha sonora é a menos empolgante. Todavia, ela rege a aventura de forma que dificilmente outros jogos faziam na época.

O parceiro de Dixie agora passa a ser o Kiddy Kong, que passa a impressão de ser um bicho mais pesado do que o proprio Donkey Kong, e isso parece se refletir nos controles e física do jogo. Realmente não sou o maior fã desse personagem, e nem muito no design visual dele.

Caso você não queira comprar um hardware antigo da Nintendo ou emular em equipamento não oficial, a sua melhor escolha hoje é assinando o Nintendo Switch Online para ter acesso ao jogo.

Super Mario RPG

Nas mãos da Square, agora Square Enix, começou a saga de Mario pelo mundo dos RPGs, e também pelo mundo mais abertamente cômico. E podemos adicionar mais novidades que deixam Super Mario RPG bem longe de ser apenas um RPG qualquer pra época, com skin de personagens da Nintendo. Se vocÊ estava cansado do esquema de turnos em batalhas, agora nesse jogo aqui a gente se sente participando mais ao ter que fazer comandos além de comandar os golpes. Todas essas características foram carregadas pra frente, e logo depois do Nintendo 64, rolou uma bifurcação, gerando duas timelines de sub franquias diferentes com Mario no gênero RPG.

Mas aqui o charme é sempre inegável, ao usar as técnicas de gráficos similares às usadas em Donkey Kong Country. Isso foi um movimento muito arriscado da Nintendo ao confiar o jogo nas mãos da empresa que dali um ano dava de bandeja o maior jRPG de todos os tempos para a família PlayStation.

A história de Super Mario RPG é bobinha como Mario até hoje insiste em ser, mas a jornada colorida e que valoriza várias coisas clássicas da série Mario, faz valer a pena. Square entendeu perfeitamente como traduzir o mundo criado pela Nintendo para um jogo de RPG.

A melhor forma de se jogar Mario RPG provavelmente vai ser jogando o remaster dele no Switch, que chega neste ano ainda. Nele poderemos contar com melhorias de vida.

 

Super Mario 64

Esse ano a gente está recebendo dois títulos do Mario Importantes, um deles é um remake de Super Mario RPG. Em 1996, também tivemos dois títulos originais de Mario no mesmo ano.

Eu poderia apostar com alguém que iniciou a carreira gamer na década de 90, mais precisamente em seus últimos anos, que se o assunto for Super Mario, o primeiro que virá em sua mente é o Super Mario World ou o fantástico Super Mario 64.

E não seria surpresa, já que o jogo do encanador para o Nintendo 64 é considerado até hoje uma obra prima, sempre aparecendo nas melhores listas de jogos, como está que você está acompanhando.

Absoluto campeão, Super Mario 64 muda a forma de se pensar jogos em 3D. Junto de Ocarina of Time, ele estabeleceu coisas que poderiam ser diferentes, padrões que outros jogos poderiam roubar e colocar como o certo de se fazer, mas não, foi com esse jogo aqui que os jogos foram transformados pra sempre. Tanto que ele também foi o escolhido para estrear o primeiro console da Nintendo inteiramente baseado em gráficos 3D. A Nintendo demora para adotar certos aspectos da indústria, mas quando o faz, se certifica que aquilo vai ter um diferencial em relação ao restante das coisas que já existem.

Curiosamente, Mario 64 não inaugura o sub gênero colectathon, muito menos foi o Banjo e Kazooie. A Rare já experimentava esse tipo de game design nos jogos Donkey Kong Country.

Eu poderia dizer que a melhor forma de jogar esse jogo hoje é no port para PC, em 4k , 60@  tudo mais. Mas vamos manter o foco em lançamentos oficiais. Sendo assim, o Switch está aí com a coletânea Mario 3D All Stars. Mas se você busca por muito conteúdo adicional e uma nova forma de jogar, tente a versão para o Nintendo DS, que é um console bem acessível ainda.

Nights Into Dreams

E por onde a SEGA andava? Bem, ela estava em competitividade cheia contra o PlayStation, e agora ganhou o Nintendo 64 como forte competidor.

Enquanto as empresas ainda decidiam como domar o 3D, e fazer com que os controles fizessem as pazes com a câmera e gameplay, a SEGA experimentava bastante, e Nights é uma dessas loucas experimentações. Embora Nights sofra um presente amargo, sendo ignorado pela SEGA e tendo seu pai preso por escândalos de ações na Square Enix, o pouco que a franquia ofereceu ao mundo, agradou bastante a parcela de fãs.

Esse jogo representa toda a confusão de jogabilidade 3D antes da Nintendo ditar os padrões. Porém, dá pra notar um padrão Yuji Naka nos principais jogos em que ele está envolvido, e certamente temos boas sensações do que é bom de Sonic aqui, mas também temos um foreshadowing do que Balan Wonderworld fez com a gente.

A forma desengonçada com que o Saturn lida com o 3D está impressa na cara aqui, basta jogar por alguns segundos a parte a pé.

The Legend of Oasis

A SEGA ainda estava forte nos títulos 2D, e The Legend of Oasis prova isso. Ne realidade, esse título é a sequência do jogo que pra mim é o mais lindo jogo de Mega Drive: Beyond the Oasis, e esse jogo 16bits pouco deve pra essa versão de Saturn.

Legend of Oasis funciona de um jeito bem parecido com os jogos 2D de Zelda, principalmente com o Link to the Past. Ele também adiciona o botão de pulo, que dá um pequeno diferncial na exploração. Acho que a minha maior queixa com esse aqui seria o fato das estruturas como paredes, casas, elevações serem representadas de forma tão complexa pra que o mundo do jogo seja mais crível. Isso acaba atrapalhando um pouco na mobilidade e no entendimento de onde seu personagem se encontra no cenário as vezes. Mas isso é contornável. The Legend of Oasis é uma gema escondida no Sega Saturn.

The King of Fighters 96

Ainda no território de jogos lindos que são em 2D (e naquela época não tinha como dizer isso de quase nenhum jogo 3d, hehe)

Uma franquia que sempre evoluiu seu estilo de gameplay, foi The King of Fighters, e a sua versão para o ano de 1996 nos mostra que é exatamente isso que a franquia fez, pelo menos até certo ponto.

KOF 96 estabeleceu sua gameplay mais polida e fluida, junto da identidade que se tornaria marca registrada da série, o que começou como uma reunião entre os lutadores de Fata Fury e Art of Fighting, se tornaria uma das franquias mais amadas dos jogos de luta.

Não sei se sou só eu, mas KOF96 traz alguns dos cenários mais marcantes da franquia, e a minha percepção geral é de que esse, junto de 98 é um dos mais cultuados.

Eu confesso que esse jogo não funcionou muito bem com pixels crocantes. Talvez jogar numa TV de tudo seja a melhor forma de encarar jogos antigos com trabalho intenso de pixel art.

Broken Sword Shadow of the Templars

Mas, o suprassumo da animação, do desenho, pelo menos nesse vídeo, vai ser nesse jogo aqui.

Point and Clicks não ficaram para trás nesta lista. Eles são abundantes ao longo dessas décadas, mas um que me chamou a atenção é o primeiro Broken Sword. Com esse charme de gráficos em estilo desenho animado, você está investigando um atentado de bomba cometido em plena Paris. Então é hora de seu personagem sair das férias e ativar o seu modo investigativo. Além disso, existe um assassinato a ser investigado pela personagem Nico, na mesma cidade. As coisas podem ficar muito perigosas e interessantes, quanto mais você se aprofunda nesse mistério que vai lembrar  bastante as obras de Dan Brown (aquele, de Código Da Vinci).

A minha versão maravilhosa de Nintendo DS está intacta, porém essa versão original, que não é a minha Director’s Cut, não possuía a feature de se poder jogar com a Nico, então as duas versões ficam muito misturadas na minha mente, já que joguei o original há muito, muito tempo (não nos anos 90, mas sim nos anos 2000).

Só depois que fui atrás desse jogo de novo para esse vídeo que eu descobri que esse Broken Sword é considerado um dos melhores point and clicks da história por especialistas. Então, bem, agora você pode sentir o peso dele nessa lista.

Hoje em dia a melhor forma de jogar poderia ser no PC, mas no Wii também é bastante bacana e diferente jogar apontando. Mas eu vou escolher a versão DS que é prática como um livro de bolso e você controla com a canetinha – perfeito para esse tipo de jogo.

Resident Evil

Você sabe quem não estava seguro? Claro, os personagens que se enfiaram nessa enrascada aqui. Agora me diz uma coisa: olhando o nível de produção para a época, fraco ou forte, você acha que a Capcom estava confiante, que estava segura nesse título, ante de o lançar? Deixa aí nos comentários a sua opinião. A minha é de que eles não tinham a menor ideia de onde isso ia parar.

A franquia que hoje é amada por muitos fãs dos jogos de terror, iniciou lá atrás sua jornada de terror gore, com o melhor tempero de roteiros galhofas dos filmes b, Resident Evil marcou uma geração e definiu muitos padrões para o gênero Survival Horror.

Se um jogo é capaz de criar bordões tão fortes a ponto de serem referenciados até hoje nos títulos atuais da franquia, ele merece ser citado neste canal.

No quesito tensão, muita gente fala que o primeiro Resident Evil é galhofa, e alguns até dizem que fazem isso de propósito. Dentro das limitações, o jogo faz um bom trabalho de construir tensão, dando uma aula de como equilibrar a antecipação e calmaria com a ação necessária para a gente não dormir, que nem acontece com os jogos de terror moderninhos. Faz fora isso o jogo ainda é prazeroso de jogar. As coisas que você precisa fazer, indo nos locais sempre calculando os perigos da rota, tudo isso contribui para que esse seja um jogo divertido até hoje. O jogo com o Chris na minha opinião tem uma curva alta de desafio, e mistura com a necessidade de explorar as partes baixas do combate no jogo. Creio que esse seja um personagem para se jogar depois que o jogador tiver dominado o mínimo do jogo, tendo o terminado com a Jill.

Jogar Resident Evil cru, como era antes, hoje é uma tarefa nada animadora, caso você queira jogar em alguma máquina moderna, Provavelmente irão tentar lhe passar o perfeito remake do mesmo jogo, mas se seu foco é experimentar o original da melhor forma, não há muitos lugares indicados além do PSOne, a não ser que você experimente a louca versão de Nintendo DS, onde você esfaqueia seus inimigos dando canetadas na tela.

Eu não sei, mas eu venho pensando em fazer uma retrospectiva da série. Deixa aí nos comentários se você acha  que vale a pena.

Street Fighter Alpha 2

Ok, lembrar de Street Fighter Alpha 2 é ter em mente o jogo de luta dos anos 90 com uma das melhores animações em sua gameplay.

Parries, combos velozes, movimentos identificáveis, gráficos bonitos, e a reação de algumas roupas ao vento, o charme que alguns dizem não servir de nada, mas que adoram ver quando estão relaxando na frente da tela.

Tenho a impressão de que SF Alpha 2 poderia facilmente voltar ao cenário competitivo nos jogos de luta, algo como uma EVO Retro.

Fora a delícia que foi, ver de novo aqueles personagens em versão bem mais nova, depois de ficar tantos anos com várias revisões de Street Fighter 2 na mente. Se alguém achava o primeiro Alpha cru, viu a sequência caminhando para frente, como tudo deve ser. Esse novo estilo de desenhos era tão distinto e de bom gosto, que parecia uma outra geração em relação ao Street Fighter 2. Em Street Fighter, sempre que se podia, eu colocava o game na velocidade mais lenta para ter uma leitura boa de tudo que estava acontecendo. Isso é uma crítica que eu tinha na época em que chegou o Mortal Kombat 3, porque eu achava tudo muito caótico e não dava tanto tempo pra pensar, pelo menos não tão rápido quando a CPU.

Hoje em dia, com certeza, o melhor jeito de se jogar Street Fighter Alpha 2 em casa é no Street Fighter 30th Anniversary Collection, junto de quaisquer outros Street Fighter 2D ever. Mas na real mesmo, acho que a coisa mais interessante que a gente poderia falar desse jogo hoje é a versão milagrosa para SNES, que embora seja capada em praticamente todos os departamentos,  é fiel o suficiente para fazer a alegria de um dono de console da Nintendo que ainda não fez o pulo para o PS1, por exemplo.

Die Hard Trilogy

Yippee-ki-yay, motherfucker!

Mesmo desengonçado como muito jogo 3D de começo desses consoles, Die Hard Trilogy é uma coletânea sobre os três filmes clássicos, mas o mais interessante mesmo é que cada um deles são jogos de gênero diferente. O primeiro, é um shooter em terceira pessoa visto meio do alto e confesso que é quase viciante. Limpar a área, libertar os reféns, e encontrar a bomba pra desarmar antes que o tempo acabe é divertido. Seu objetivo é escalar andar por andar do prédio , e cada andar representa uma fase.

O outro jogo é puro Virtua Cop, ou melhor, Time Crisis. O último é uma corrida alucinada afim de desarmar bombas armadas na cidade, com um tempo apertadíssimo. O jogo lembra algum protótipo de Driver.

Quando você vÊ esse título, pode até pensar que existe uma versão separada para cada jogo, mas isso não existe. A versão de PC do jogo deve ser facilitada no clone de Time Crisis por causa do uso do mouse, provavelmente, e com uma leve vantagem em gráficos mais firmes, só que eu pelo menos não consegui fazer isso funcionar. Eu não quis gastar muito tempo só pra tentar fazer isso funcionar, então fica com a versão PlayStation mesmo se quiser jogar, e a piorzinha, fica para o Saturn porque o console usa renderização de polígonos em quadrados invés de triângulos. Isso deixa o jogo estranho no Saturn.

Mortal Kombat Trilogy

Apesar de ter poucos modos, e não ter uma campanha, como todo jogo de luta ainda era nessa época, Mortal Kombat Trilogy foi um jogo de luta com uma enorme  quantidade de personagem. Eu costumo dizer que não existe uma versão perfeita desse jogo, porque se no Nintendo 64 os loadings não matam o jogo por completo, temos a falta de conteúdo, como personagens, além de um som bem pior, e como vimos em nosso vídeo de MK2, o som é uma parte importante em Mortal Kombat.  Aí, todo o conteúdo que vai para a versão Saturn e principalmente PlayStation, fica comprometido justamente pela demora de carregar qualquer coisa que você vá ver na tela. Isso faz com que seja difícil recomendar exatamente uma versão de Trilogy.

Tomb Raider

Lara Croft nem sempre teve ao seu dispor vídeos games mais poderosos, capazes de proporcionar cenas de ação dignas da franquia missão impossível, antes a arqueóloga cheia do dinheiro, possuía apenas um par de pistolas e a capacidade de dar longos pulos sem qualquer tipo de impulso.

E não, isso não é uma crítica, Tomb Raider foi um dos grandes jogos da era Playstation 1 e Sega Saturn, além de sua versão para PC, claro.

As armadilhas, os inimigos e todo tom de mistério, dão ao jogo um aspecto muito único, mesmo se revisitarmos ele atualmente.

Esse jogo contém uma batalha moral interna infinita, onde esses mistérios e imersão brigam o tempo todo com os controles complicados de se aguentar quando uma sessão mais complexa de plataforma ocorre. Para a maioria das pessoas, os mistérios, imersão e puzzles vencem a batalha. Certo? Comenta aí se você ainda joga esse jogo de boas, sem reclamar dos controles e da câmera. E sim, lá está o 3D desengonçado dos anos 90 atacando novamente. Realmente, Mario e Link tiveram que colocar ordem na casa!

Se você for revisitar esse jogo hoje em dia, eu recomendo na verdade a versão Anniversary, que possui controles revisados, parecidos com os controles do super decente Tomb Raider Legend.

Shadows of the Empire

Se os jogos Super Star Wars representam o melhor da série em jogos de ação da franquia dos 16bits para baixo, Shadows of the Empire representa a melhor investida em jogo de ação em 3D nos consoles até agora, em 96 – e talvez nos Pcs também. A simulação de batalhas épicas, que provavelmente originaram a sub franquia de Nintedo 64 e Game Cube Rogue Squadron, tudo aquilo era espetacular de se ver mas bom de se jogar ao mesmo tempo. O que impede esse jogo de ser algo melhor ainda é o problema de câmera e controles nas partes em terceira pessoa a pé.

O motivo real para eu colocar esse cartucho no Nintendo 64 era pra jogar a fase de laçar os AT-Ats. É um pouco difícil calcular o momento certo de curva por causa da câmera oferecida, mas no fim, funcionava.

Twisted Metal 2

Twisted Metal é a sequência de jogo do autor da série clássica God of War, e a gente consegue ver esse traço edgy em cada jogo produzido por David Jaffe.

Eu tenho um pequeno combo de reclamação com esse jogo, é que eu nunca concordei com o esquema de controles dele, mesmo que eles pareçam ser a melhor escolha no game design. A outra parte do combo é que essa coisa de acelerar e controlar o carro ao mesmo tempo, tudo no dpad do PS1, era desagradável pra mim por causa das direcionais separadas, tudo isso graças a Nintendo, como vocês sabem.

Hoje em dia, jogando em outros controles, fica bem mais suportável, mas a versão de Twisted Metal 2 oferece uma animação resumida para a física dos carros, deixando o processo de perseguir o seu oponente a tarefa mais desafiadora do jogo, e não sei ao certo se esse é omaior foco de estratégia em Twisted Metal. Só no PS1 a frnaquia rendeu 4 jogos numerados e mais um spin off, para mais tarde ser abandonado por completo pela Sony.

 

 Wave Race 64

Wave Race 64 é um daqueles primeiros jogos 3D de corrida, em que  não tínhamos uma variedade muito grande de circuitos, como por exemplo, Ridge Racer, e isso quebrava a minha vontade de investir algum tempo neles. Serve mais como um jogo de Atari.

De qualquer forma, mesmo com apenas 9 fases, temos algumas nuances interessantes, como você ignorar algumas boias para conseguir ultrapassar seus oponentes no desespero. Eu nunca joguei esse jogo bem e talvez seja porque

O bater constante das ondas contra o veículo de quaisquer uns desses jogos de jet ski parecia que me tirava a sensação de fluxo de velocidade e eu não curtia essa parte.  O efeito pula-pula tem um quê de divertido, mas realmente, eu prefiro contar com velocidade ininterrupta. Eu diria que esses jogos de corrida em água parecem um rally em cima de uma gelatina. De qualquer forma, é legal estar nesse ambiente refrescante e ensolarado ao mesmo tempo, o jogo trazia uma good vibe e o efeito de água sempre foi interessante. E até que em Wave Race, quando fui revisitar, esse efeito de pula-pula não é tão forte quanto em outros jogos parecidos.

Command & Conquer Red Alert

Confesso que esse foi o jogo da lista em que eu nunca havia jogado sequer uma provinha antes. Eu achava que Red Alert era um RTS em versão moderna de Age of Empires, vocÊ sabe, com a coisa de colher recursos e construir cidades. Mas  logo percebi que ele tem uma injeção de gameplay que vai além de Age of Empires. Eu pude notar um pouco de Commandos, ou o mais simples, Cannon Fodder. O que eu quero dizer é que além de extração, expansão, etc, você vai ter que dar atenção macro a suas unidades, as vezes até a três ou menos personagens.  Se aproximar de forma errada no seu inimigo pode resultar num game over instantâneo, o que vai me lembrar justamente as incontáveis horas de experimentação com o dificílimo Commandos.

O plot dessa belezinha não poderia ser mais bizarro. Einsten volta ao passado para apagar Hitler, mas isso causa Stalin subir no lugar dele – e tudo isso é contado através de live action

 

Diablo

Diablo, eu diria que foi o jogo que popularizou o formato que ele tem, sendo o jogo com cara de produção muito mais custosa e trabalhosa do que outros jogos com a mesma temática e perspectiva da épica.

É de se perdoar ao meu ver, a perspectiva, falando nisso. O lance isométrico é algo que muita gente entende errado e acaba falando que alguns jogos vistos de cima, são isométricos. Eu já vi gente classificar Zelda A Link to the Past como sendo um jogo isométrico.

Quando eu era mais novo eu imaginava que Diablo é sobre controlar as forças das trevas durante o jogo, e só depois eu vi que se tratava de mais um jogo de PC com temática medieval (algo que era muito mais abundante nos PCs do que nos consoles caseiros – que estavam mais interessados em produzir jogos sobre ninjas cibernéticos, shooters espaciais futuristas, etc.)

Até chegar em Diablo IV, foi uma escalada boa por parte dos controles. Esse primeiro jogo é bem duro, e jogar com o personagem que só anda em 8 direções, na perspectiva que mencionei só não me deu mais agonia do que jogar de fato com um controle, mas isso a gente deixa pra versão de PS1, a única nos consoles de mesa, que aliás ocupava TODOS os slots de seu pobre memory card de 128kb.

Harvest Moon

Embora eu me sinta muito mais um clima aconchegante jogando isso em um portátil como o Game Boy, Harvest Moon estreou no Super NES, com um tipo de arte cativante, e por incrível que pareça,  um tipo de jogo basicamente inédito, que iria desenvolver um subgênero que perdura até hoje.

Harvest Moon e todos os outros títulos similares a este contém também uma parte de simulação social, da qual eu não sou o maior fã porque acho que quebra o ritmo e concentração. Então, se for para ter um jogo sobre isso, eu acho mais interessante deixar essa parte para Animal Crossing. Logo mais, pouco depois de chegar na era PS2, a franquia Harvest Moon foi ficando cada vez menos inspirada e mais cansada, com seus pais se separando (me refiro às empresas) e até trocando de nome. Harvest Moon passa a ser Story of Seasons, com resultados bastante mixados, e o nome Harvest Moon hoje significam farming simulators que parecem apps de celular. Nessa bagunça toda, veio o jogo de um homem, de um fã apenas, que voltou às raízes tuberculinas da série e fez de Stardew Valley um fenômeno mundial.

Kirby SuperStar

  • Assim como outras franquias, eu sempre me forcei a gostar de Kirby, mas acabava me distanciando de cada jogo que tentei, e não sei ao certo o motivo até agora, pois esses jogos possuem o que gosto num side scroller: um colorido imersivo e dificuldade baixa pra desligar o cérebro. Talvez eu não seja muito fã da movimentação flutuante de Kirby, mas acho que só não dei a chance devida mesmo aos jogos. O que mais joguei foi o Epic Yarn no Wii, e foi bem legal, acho que até terminei.

Mas Kirby Superstar está no top 5 favoritos da franquia pelos fãs, e dá pra sentir o motivo no ar.  São 4 jogos, todos no mesmo template, procurando misturar regras diferentes, mas sempre em side scroller. Não era mais fácil fazer um só revezando os tipos de fase? Mais ou menos. Porque assim você pode parar e se focar apenas em outros tipo de jogo, embora todos sejam muito parecidos uns com os outros.

Os gráficos possuem elementos pre renderizados nos cenários, lembrando um pouco da coloração aplicada em Super Mario RPG, mas ao mesmo tempo eu senti algo de Sonic na estrutura gráfica destes cenários. De qualquer forma, são gráficos muito belos e que causam nostalgia mesmo em pessoas que não jogaram isso na época. Todas essas qualidades trazem um jogo bom para quem só quer passar uns momentos de felicidade.

 

 

Metal Slug

Metal Slug vem de uma época em que jogos em 2D estavam desesperados para ir pra algum lugar relevante ao sol, com a chegada do 3D, que mais parecia a TV se virando nos 30 com a chegada da internet. O spritework é tão impressionante, tanto aqueles com animações, quanto aqueles que só estão de fundo, que dá pena de passar tão rápido pelas fases.

Agora, o maior defeito com certeza está na base do jogo, no game design, e por propósito por parte dos criadores: o fato de ser um jogo construído e pensado nos arcades, vai fazer com que você passe a jogá-lo atordoado a partir de certo ponto, com a dificuldade crescente do jogo, se transformando em uma carnaval de coisas acontecendo na tela e praticamente um bullet hell só que num jogo de fito em plataformas. Some isso ao fato de que tanto faz quantas vezes você perde, pois pode ter continues infinitos tanto faz se você tem habilidades, ganha ou perde. A gente poderia traçar um paralelo com jogo de hoje em dia, mas isso seria um erro. Nos jogos de arcade em grande medida, se você colocar a ficha para continuar, você continua de onde perdeu. Você não vai voltar nem mesmo um trecho do estágio.
 


Pokémon Red

O que fez Pokemon especial e principalmente como novidade naquela época, era de não treinar apenas um personagem de RPG, ou uma party, mas sim, um exército de centenas de bichinhos carismáticos, mesmo através de tão poucos pixels nos sprites. Junte isso com o ato de levar isso de forma prática no bolso, e você tem a fórmula perfeita. E é por isso que Pokemon na forma clássica demora tanto tempo para aparecer em consoles, e mesmo assim, quando apareceu em um console de mesa da Nintendo, mantendo as características ao máximo em termos de estrutura, isso aconteceu num console que ao mesmo tempo pode ser portátil. O resto, esse tempo todo, a gente teve que aguentar spin offs.

 Embora Pokémon seja um lançamento que veio na reta final do Game Boy, esse é o jogo que define o console, e rendeu todo um segmento de clones a ponto de criar praticamente um subgênero.

Duke Nukem 3D

Duke Nukem 3D demonizou os videogames para sempre no Brasil, e uma sala dele sintetiza tudo, quase de forma literal.  Com o tempo, o título desse episódio foi sendo esquecido, mas em 1999 e pelo menos alguns anos a seguir, a união das palavras “Massacre no Morumbi Shopping” colocou um frio na espinha de muita gente no país.

De qualquer forma eu nunca consegui entrar na onda Duke Nukem por dois motivos: Eu comecei a ter contato com jogos 3D de PC dois ou três anos depois do boom do lançamento deles – o que nesse caso foi crítico,  mesmo sendo por  pouco  espaço de tempo.

Isso não significa que  eu não tenha jogado Duke Nukem 3D! Joguei sim, no PlayStation, um ano depois do lançamento original  e é aí que surge o principal motivo de não ter entrado na onda: ter jogado pela primeira vez em um controle invés de um teclado. Quando eu peguei esse jogo pra revisitar agora pra capturar, foi a versão PC, já que estamos falando de 1996. E a diferença é drástica. Já, já vamos falar de um outro jogo que sofreu o mesmo destino comigo.  De qualquer  forma, eu ainda não consigo gostar tanto do tempo de reação e o toma lá, dá cá entre você e seus inimigos. O tom e humor também já envelheceram pra mim, e sem nostalgia não vai rolar. Como sou amante do setting em jogos, e isso pode salvar um jogo pra mim, poderia salvar Duke Nukem 3D também, mas ainda não chegou lá. Eu tenho quase certeza de que se eu conviver mais com esse jogo, a minha positividade em relação a ele irá subir, dá pra sentir no ar.

Parappa the Rapper

Agora é hora de sentir saudade quando a Sony bancava projetos criativos e diferentões, e isso foi obliterado depois do PSP e ali no meio da era PS3, exatamente quando um jogo Modern Warfare  era lançado. Ali, nascia a era dos jogos cinemáticos & cinematográficos megalomaníacos.

De qualquer forma, Parappa the Rapper é o jogo mais conhecido por vir no CD de demo no PS1, onde oferecia a primeira fase, com o professor cebola no dojo.

O jogo, que é curto, necessita ser extremamente duro com o jogador no acerto perfeito do timing. E por isso, vai ser um problema jogar isso em emuladores: o Input Lag deixa o jogo só para experts. Mas eu sinto que no hardware original também rolava isso, tá? E tô falando de testes via televisão de tubo mesmo!
 

Outra coisa que rola é o tempo das deixas, que pode enganar as pessoas, pois alguns trechos das canções vão pedir seu input de sequências antes de terminar o compasso 4/4, claro, pelo menos respeitando e empregando a regra de pares. Na prática isso significa que você terá que inserir seu input imediatamente após a última sílaba que seu mestre cantou, invés de esperar o compasso todo terminar. Ou seja,   o jogo se poia na memorização, das canções. Por ser um jogo bem curto,  ele sabe que colocar essas regras arbitrárias vão esticar o tempo de vida do jogo, já que o que se espera é que assim, o jogador perca várias partidas.

 

 

Quake

Quake é o outro jogo que faz pra com Duke Nukem 3D para mim. Ou seja, estreei no console e não gostei porque claramente o que o jogo pedia era difícil de reproduzir num controle na época. Ainda mais em um controle de Nintendo 64.

 

Isso se confirmou jogando o remaster recente, quando peguei a versão PlayStation 5. Eu joguei, joguei, e ficou naquele “gostei…naquelas”. Quando joguei a versão de PC com calma para esse vídeo, digamos que eu não conseguia largar o jogo.

 

O segredo dele é parecido com o segredo de Doom, que é na movimentação do personagem, extremamente veloz, não deixando o jogo ficar vazio e chato, ao mesmo tempo ele não precisa apelar para inúmeros inimigos por vez.

 

Sonic 3D Blast

Realmente esse vídeo marca a edição em que eu descobri que vários jogos que eu não gostava, possuem qualidades legais, e embora Sonic 3D Blast seja o que menos e animou da lista, ainda pude descobrir coisas legais dele.

Primeiramente, a movimentação e câmera isométricas já traz uma repulsa de minha parte. Poucos jogos pude desfrutar por oferecerem essa visão, mesmo Super Mario RPG ainda tive muitos momentos de irritação só por causa dessa característica. Pula na cabeça dos inimigos aqui no Sonic 3D Blast é praticamente descartável, nada prático, nada natural. Se localizar exatamente no mundo é difícil: pelo amor de Deus, não façam jogos que contenham gameplay vertical dentro da visão isométrica. Acertar blocos no ar ou mesmo pular em plataforma muitas vezes vai ser o desafio maior que o que o jogo gostaria em sim.

Felizmente, a obra do estúdio que hoje cospe a torto de direito jogos LEGO, possui gráficos ultra charmosos. Eu lembro bem que esse título chegou no Saturn e Mega Drive na época em que a briga já estava quente com  o Nintendo 64, e ver Sonic 3D Blast enquanto Mario 64 simplesmente existe, é quase uma piada.

Eu gosto da mecânica de ter animais libertos derrotando inimigos, mas esse jogo parece querer dizer que Sonic e velocidade são coisas do passado; plataforma é coisa do passado e as tecnicalidades importam mais do que termos um jogo mecanicamente que faz sentido e importa.

 

Mega Man 8

E aqui vai mais uma série que me forço a gostar mais do que  gosto e é Mega Man. Minha paixão está no Mega Man 7 e depois no Mega Man X. Após isso, a característica de spawn infinito dos mesmos inimigos baseados apenas na sua movimentação lateral me distancia desses jogos, mas eu diria que o Mega Man 8 aqui tem esses gráficos tão bonitos desenhados, apostando nesse estilo pela primeira vez, invés de sprites em que se dava pra contar os pixels.

Mais que isso, essas partes de shumup trazem um mini frescor também, e eu sempre gosto do esquema de cores empregados nessa franquia durante os anos 90.

Depois disso a série principal dormi por muitos anos até aparecer como dois jogos de 8bit simulados no Wii Ware com Mega Man 9 e 10, jogos dos quais nunca joguei e agora recentemente temos o 11, que foi bem recebido, mas ainda sinto que a série está tentando se reencontrar, só que num lugar novo que ainda não achou. Infelizmente quando um gênero morre ou fica enfraquecido com a vinda de novas modas, vários títulos que não mereciam vão junto para o esquecimento. O mundo dos games tem lugar para todo mundo até não.

 

Xmen vs Street Fighter

A partir desses crossover da Capcom, eu achei que parte do tipo de estratégia que a gente usava nos Street Fighter foi bruscamente perdida em favor de pancadaria generalizada mas animando por trazer personagens tão diferentes se chocando.

Xmen vs Street Fighter é um jogo a se reaprender se comparado a Street Fighter. Sempre me incomodou esses pulos gigantescos e com sensação de zero gravidade. Aí o que eu tenho que aprender ´imaginar onde meu personagem está no chão, para tentar um golpe mais próximo quando o inimigo estiver voltando ao solo.

Aqui eu sinto liberdade pra levar menos a sério jogos de luta e me divertir mais, com os personagens exagerados e de artes marciais potencialmente esquecidas e desconhecidas.