
A Microsoft anunciou hoje uma mudança brutal no Xbox Game Pass que deixa evidente o distanciamento progressivo da marca com seu público, especialmente no Brasil. O plano Ultimate, antes considerado um dos melhores negócios da indústria dos games, agora custa impressionantes R$119,90 por mês – praticamente o dobro do valor anterior. Esta decisão não é apenas um reajuste de preço: é mais uma etapa na cruzada da gigante de Redmond para assassinar o que restava de confiança e lealdade dos consumidores.
A Microsoft tenta empacotar essa pílula amarga anunciando três novos planos: Essential (R$43,90/mês), Premium (R$59,90/mês) e Ultimate (R$119,90/mês). O Essential oferece uma biblioteca ‘selecionada’ de apenas 50 títulos, enquanto o Premium promete mais de 200 jogos e acesso a novos títulos publicados pela Xbox dentro de um ano após o lançamento. Já o Ultimate, agora com preço estratosférico, inclui jogos no primeiro dia, Fortnite Crew e Ubisoft+ Classics.

Mas a questão que fica é: quem vai pagar isso?
O preço do ‘compromisso’ com os jogadores
A justificativa oficial da Microsoft é que o aumento reflete ‘o catálogo expandido, novos benefícios de parceiros e experiência de jogo em nuvem’. O Xbox Cloud Gaming oficialmente saiu do ‘Beta’, mas será que isso justifica dobrar o preço? Para o consumidor brasileiro, que já enfrenta uma taxa de câmbio desfavorável e poder aquisitivo reduzido, essa decisão soa como um tiro no pé.
Ainda mais gritante é o contraste com outras decisões recentes da empresa. O Xbox Series X teve seu preço drasticamente aumentado nos últimos meses, múltiplas vezes, tornando-se cada vez menos acessível para o público mundial. E como se não bastasse, a recente revelação de uma versão do Xbox portátil a incríveis US$999 demonstra o quão desconectada a Microsoft está da realidade de seus consumidores. Quem, afinal, vai desembolsar quase R$6.000 em um dispositivo portátil quando o mercado oferece alternativas mais viáveis? Não responda – o jovem sem expectativas e patrimônios tá aí pra isso.
O teste de lealdade dos estúdios third-party
Esta mudança de preçamento não afeta apenas os consumidores. Agora é a hora de ver a verdadeira lealdade dos estúdios third-party. Com um serviço que dobrou de preço e que poderá perder assinantes em massa, quantas desenvolvedoras ainda estarão dispostas a colocar seus jogos no catálogo do Game Pass?
Estúdios menores e independentes, que antes viam o Game Pass como uma oportunidade de ganhar visibilidade e receita garantida, agora precisarão repensar se vale a pena entrar em um serviço que está cada vez mais caro e potencialmente menos atrativo para os jogadores. A Microsoft pode ter o dinheiro para comprar grandes estúdios como a Activision Blizzard, mas será que consegue manter a confiança dos parceiros menores que ajudam a preencher o catálogo? Será que foi a Microsoft mesmo que comprou a Activision Blizzard, ou foi o contrário?
Assassinando a própria marca
Não é exagero dizer que a Microsoft está em uma cruzada para assassinar a marca Xbox. O que antes era visto como um serviço revolucionário e acessível agora se tornou mais uma assinatura cara em um mercado já saturado de mensalidades. A promessa de ‘encontrar os jogadores onde eles estão’ soa vazia quando os preços são proibitivos.
Para o público brasileiro, essa decisão é particularmente dolorosa. O Brasil sempre foi um mercado desafiador para a Xbox, que nunca conseguiu competir de igual para igual com a PlayStation. Aumentos abusivos de preço, falta de investimento em marketing local e decisões corporativas desconectadas da realidade do mercado só afastam ainda mais os consumidores.
A Microsoft pode tentar vestir esse aumento como uma ‘melhoria’ ou uma ‘expansão de valor’, mas a realidade é clara: o Game Pass deixou de ser um negócio atrativo. Com R$119,90 por mês, o consumidor brasileiro precisa se perguntar se realmente vale a pena continuar pagando por um serviço que, cada vez mais, parece trabalhar contra seus interesses.
Se a Microsoft realmente quer salvar a marca Xbox, precisa urgentemente rever suas estratégias de precificação e reconectar-se com o público que construiu essa base. Caso contrário, o epitáfio do Xbox já está escrito: morto pela ganância de sua própria criadora.
Para quem quer desfrutar de lançamentos grandes Xbox como publisher ou seus estúdios, pode optar por assinar o serviço apenas durante o mês do lançamento pretendido, ou esperar um pouco mais para acumular títulos dentro do mesmo mês.

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