Shin Chan: Shiro and the Coal Town é onde vai rolar Bundalelê | Review

Shin Chan: Shiro And The Coal Town é uma adaptação para videogames da série animada Shin-Chan, que é extremamente relevante no cotidiano japonês.

Shin-Chan já passou por diversas adaptações para videogames, mas todos limitados para o público japonês. Shin Chan: Coal Town é uma sequência da adaptação voltada para as plataformas atuais “Shin Chan: Me And Professor On Summer Vacation”.

O jogo conta a história de Shin-Chan, um garoto que foi visitar os avós em um distante vilarejo no Japão. Poderemos realizar diversas atividades, entre elas: Podemos pegar insetos ao redor do mapa, pescar, coletar plantas, além de desenvolver a história do game.

ANIME COM O TEMA: FÉRIAS DE VERÃO

Logo que comecei a jogatina, percebi que o enredo do game é muito parecido com aqueles típicos animes japoneses onde o protagonista viaja para um pequeno vilarejo e, por consequência, passa por diversas situações em suas aventuras.

Em Shin Chan: Shiro And The Coal Town não é muito diferente, na história nós iremos até um pequeno vilarejo no Japão chamado Unbend Town após o pai de Shin receber uma proposta de trabalho na região.

Shin é uma criança sem obrigações com a escola, logo, enquanto estivermos no vilarejo teremos que nos preocupar apenas com as nossas aventuras, capturas de diversos insetos, pesca e reuniões familiares durante a noite.

Em determinado momento, nosso cachorro Shiro, ao segui-lo descobrimos um trem que nos leva para Coal Town, que basicamente é uma cidade bem antiga e que está completamente parada no tempo.

No decorrer da história fazemos amizades, conhecemos novas pessoas e descobrimos que Coal Town é comandada por Mr. Discardson e que junto dos seus homens eles detêm o controle de toda a cidade.

Se você é uma pessoa que assiste alguns animes, já entendeu que eventualmente ele se tornará o vilão que teremos que lidar no futuro.

COAL TOWN, A CIDADE DO CARVÃO

Logo no início do game, somos apresentados ao local onde a trama se inicia. Coal Town tem um toque bem antigo. E acho importante mencionar que gostei bastante do trabalho de arte desenvolvido aqui.

O cenário possui detalhes que dão todo um chame em cada ambiente que entramos.

O traço usado nos cenários e o traço do personagem casam perfeitamente e lembram muito animes no estilo escolar ou de vida cotidiana.

Os detalhes fazem toda a diferença, é visível que em cada ponto do mapa existe um trabalho minucioso para entregar a experiência total do game.

Andar pelo cenário me lembrou muito o deslocamento que temos na série persona. Com locais para exploração que são segmentados de forma que temos que transitar entre ele para acessar locais novos.

HORA DE RELAXAR

Um ponto que achei bem interessante é que apesar do jogo ter uma sequência de desenvolvimento, você não sente que ela é forçada. Completar nosso livro e pescar se torna relaxante.

Shin Chan: Shiro And The Coal Town soube bem como aproveitar a vibe do cotidiano japonês deixando disponível não só a ambientação daquela atividade como também pequenos elementos que agregam aquela ação.

Logo no início do jogo temos um tutorial de pesca e nesse mesmo local tem um personagem idoso pescando. Eu vejo isso como um pequeno detalhe extra que agrega para a experiência como um todo.

A atividade de captura de insetos é tão relaxante quanto a de pesca. No melhor estilo Pokémon, Shin Chan possui um livro onde registra todos os insetos capturados e a cada nova captura de inseto de tamanhos diferentes ele faz um novo registro.

O ponto aqui é que não vi essas atividades inseridas no jogo de forma forçada, o que acontece em muitos casos de jogos que eu gosto muito inclusive. Essa leveza contribui para um jogo mais tranquilo e relaxante.

HUMOR UM TANTO… PECULIAR

Eu nunca tive contato com os mangas de Shin-Chan, mas já li e vi muitos memes sobre o humor da série animada ser um tanto… ácido algumas vezes.

Apesar de não ter uma tradução PT-BR (ponto que pode incomodar um pouco alguns jogadores), não precisa ser tão fluente no idioma para perceber alguns contextos e falas muito específicas.

No jogo, nosso personagem não perde a chance de tentar algum flerte com mulheres mais velhas (lembrando que o protagonista de  anos), geralmente os personagens ao redor esboçam uma careta de desaprovação que pode gerar um certo alivio cômico mas no contexto do politicamente correto…

Claro que por ser uma adaptação para videogames, o teor das piadas foi consideravelmente reduzido e se realizado um comparativo, fica bem mais aceitável. Mas mesmo podado, algumas piadas permaneceram e podem incomodar os jogadores mais politicamente corretos.

E sobre o politicamente correto, se você está lendo esse review antes de jogar o game, teste correr… Eu ri horrores com a função de corrida, mas os desenvolvedores foram espertos e não permitem printar pelas vias normais.

VIVENDO O COTIDIANO JAPONÊS

Dia após dia, desenvolvemos mais e mais nossas amizades com os moradores de Coal Town e do vilarejo inicial do jogo. Descobrimos novas localidades, ajudamos as pessoas de diversas formas, liberamos corridas de carrinhos, ganhamos dinheiro, coletamos mais e mais insetos.

Muitas são as formas de seguirmos nosso progresso, e final de cada período, acordamos em casa e participamos do jantar em família.

Aqui eu vejo como um easter egg do cotidiano japonês em vilas mais afastadas. Uma vida simples sem a influência excessiva dos eletrônicos.

JOGABILIDADE PADRÃO QUE DÁ CERTO

Falando um pouco da jogabilidade do game, em Shin Chan: Coal Town passamos por momentos repetitivos com certa frequência. Assim como outros gêneros semelhantes, antes de termos acesso ao mapa precisamos avançar na história.

No começo do jogo temos acesso há uma certa variedade de locais mas em determinado momento o jogo irá te obrigar a andar com a história se quiser continuar.

Não acho que esse tipo de mecânica seja ruim para os jogos, pois ela tenta de alguma forma equilibrar o desenvolvimento da campanha com o desenvolvimentos das subquests. Mas para jogadores mais acostumados com liberdade (Assassin’s Creed por exemplo), pode ser um fator problemático.

Sobre as mecânicas de jogo gerais não vi grandes problemas. É possível jogar no teclado e nos controles os comandos são fáceis de adaptar, o que eu acho excelente. Não se perder em comandos e botões.

PROBLEMAS TÉCNICOS

Shin Chan: Shiro And The Coal não apresentou nenhum problema técnico enquanto eu jogava. Apesar de não ter opções gráficas editáveis, acredito que o uso de personagens em 2D e um cenário estático, contribuem para que o jogo fique muito mais leve.

Contudo, o jogo possui um cenário extremamente detalhado e vivo, com cores que alternam a medida que o dia passa, e todas bem trabalhadas. Os detalhes da água estão bem trabalhados (a água geralmente é o primeiro elemento que costumo reparar em jogos), então não pense que o jogo estará feio por ser em 2D.

O que senti falta realmente foi da disponibilidade da tradução PT-BR. Novamente não está presente nas opções.

CONCLUSÃO

Apesar de pequenos pontos que julgo serem complicações para o jogo no geral, ele é muito bom para quem procura relaxar sem ser constantemente cobrado in-game.

Contudo, ressalvo que se o seu inglês for bom o suficiente para traduzir as falas dos personagens nos diálogos, você pode se sentir um tanto incomodado com algumas falas, especialmente se considerar que estão sendo proferidas por uma criança de 5 anos.

E só para deixar registrado, eu gostaria muito, MUITO de entender o motivo do personagem correr com a bunda pra cima o tempo todo.

Gostaria de deixar meus agradecimentos, primeiro a h.a.n.d. Inc, por disponibilizar uma cópia do jogo para a equipe, e a equipe do Supernovas por me permitir jogar e escrever minha considerações sobre o jogo.

Até a próxima!